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terça-feira, 16 de novembro de 2010

FUNCIONAMENTO CEREBRAL § COMPORTAMENTO HUMANO

O cérebro é uma linguagem do mundo…Simplesmente remete e transmite de uma maneira transfigurada aquilo que no nosso dia-a-dia temos o hábito de reparar, olhar e percepcionar … A não colinearidade dos conceitos que biologicamente transformam e formam o mundo leva a que o homem se depare pontualmente com situações, objectos ou outros, e, que incrivelmente leva a que o seu cérebro se adapte a essas mesmas situações, alterando consequentemente e possivelmente o comportamento do sujeito perante o meio. Tal processo pode-se comparar perfeitamente ao sistema funcional de uma simples e descomplexa borracha “Maped”. Parece-nos irreal esta situação, a comparação de um cérebro, que ainda mal sabemos de todo o seu teórico potencial, a um objecto branco, moldável e banal do nosso dia-a-dia…Tal como uma borracha se molda quando a comprimimos de modo a apagar alguma rasura ou outro, em consequência do meio a que a submetemos, seja uma folha com uma textura lisa ou rugosa, seja uma folha grossa ou lisa, o nosso cérebro funciona tal e qual como esta nossa borracha. Conforme as experiências de um indivíduo, conforme o meio a que se submete e as exigências a que esse meio o propõe, o cérebro irá moldar-se de modo a satisfazer as necessidades do homem e do meio. Se o cérebro se modifica, indubitavelmente o comportamento também se alterará. A este fenómeno incoerentemente simples designamo-lo por plasticidade cerebral.
O nosso cérebro é o âmago da nossa personalidade, tanto a nível ontogenético como a nível filogenético…A filogenidade do nosso cérebro é o resultado de milhões e milhões de nãos da evolução de uma espécie, a nossa espécie…Aquilo que nos caracteriza como Homo Sapiens Sapiens são o conjunto de capacidades superiormente complexas que nos determinam como tais e que mais nenhum ser é dotado da tais qualidades intelectuais. O nosso pensar, o exprimir das nossas emoções, tais como a alegria e a tristeza, a nossa capacidade de tomar decisões e prever o futuro são complexidades comportamentais do “eu” humano, inteiramente percutidas pelo foro do nosso cérebro…Uma zona específica do nosso cérebro, mais especificamente os lóbulos pré-frontais são responsáveis pela nossa imensidão mental e consequentemente comportamental…Contudo nem só estas áreas nos caracterizam como pessoas…

O EGOÍSMO PSICOLÓGICO

De acordo com a abordagem nas aulas de Filosofia acerca do egoísmo psicológico, formulei a minha opinião. Concordo com o egoísmo psicológico. Quando fazemos uma determinada acção é necessário termos a intenção de fazê-la, e por isso mesmo temos um desejo, mesmo quando queremos ajudar os outros não deixa de ser um desejo nosso, e que se o concretizarmos estamos a criar uma situação favorável a nós mesmos. Por isso, mesmo que o agente seja altruísta, ele vai ter sempre aquele pensamento de reconforto consigo próprio, felicidade interior e pensar ser uma boa pessoa (corajosa, ou prestável, de acordo com a acção) à vista dos outros que o rodeiam. Para muitos é surreal pensar que mesmo quando estamos a ajudar as pessoas da melhor maneira possamos estar a ser egoístas, e por isso, estar a fazer algo para benefício próprio. Mas penso que isso acontece em todos os casos, mesmo as boas acções dos agentes são sempre ponderadas por estes, e isto é feito em segundos, pois todos pensamos sempre no que os outros possam pensar. Vejamos bem, mesmo que numa altura de aflição um pai salve o seu filho, nessa mesma altura de salvamento não houve qualquer egoísmo da parte do pai, porém depois do salvamento, caso o pai sobrevivesse viveria para sempre feliz com o seu acto, e interiorizava-se boa pessoa e acima de tudo um corajoso e salvador, esperando sempre uma recompensa, como simplesmente agradecimentos. Mas isso não torna o pai uma má pessoa nem uma pessoa egoísta, apenas alguns pensamentos dele são egoístas, em relação a este caso, aliás, o pai, na minha opinião seria uma excelente pessoa e eu seria de certeza uma das pessoas que o louvava pelo sucedido, mas o que interessa aqui é analisar as coisas de outra forma. E se pensarmos bem, mesmo nos casos em que a uma pessoa não lhe ocorrem pensamentos egoístas, essa mesma pessoa praticou uma acção com vista a realizar o seu desejo, logo se essa acção foi praticada, o seu desejo pessoal também foi concretizado, e é neste momento que na minha opinião existe egoísmo em qualquer situação. Estava a ler um texto de um filósofo e fiquei um pouco confusa em relação à minha opinião, mas ao começar a escrever duas objecções que tinha em mente rapidamente voltei a apoiar a teoria do egoísmo psicológico. Um exemplo que julgava ser contra esta teoria era: a mãe a dar de mamar a um filho. Imaginemos que uma mãe está a dar de mamar a um filho no seu quarto. Se a mãe estiver recatada, sem janelas abertas, e se não tiver necessidade de contar às amigas que esteve a dar de mamar ao seu filho, então neste caso aqui não preside qualquer tipo de egoísmo, pois não quer mostrar que tem um filho mais saudável que os outros, nem quer mostrar ser uma boa mãe perante os outros. E depois pensamos… As pessoas ao ver o seu filho irão ver que ele está bem cuidado, irão ver que ele é mais resistente às doenças que os outros e acima de tudo irão ver que a sua mãe omitiu todas as vezes que esteve a dar de mamar ao seu filho, para assim não mostrar que se estava a gabar, logo mostra automaticamente a imagem de uma pessoa humilde e que apenas quer ser altruísta com o seu filho e ajudá-lo a crescer. E se voltarmos a pensar melhor o filho sente a presença da mãe e irá crescer mais feliz devido à sua presença, e por isso um dia quando crescer irá gabar a mãe como uma boa mãe, mas acima de tudo uma companheira e uma pessoa preocupada com o seu crescimento. Podemos pensar que será difícil essa mãe enquanto está a dar de mamar pensar em tudo isto, mas ela pensa nem que seja por segundos e nem que seja sem se aperceber consideravelmente.
David Hume dizia que a amizade era uma intrujice, que as relações eram uma falsidade, mas nisso não concordo. O facto de pensarmos por momentos de maneira egoísta não quer dizer que as acções que façamos sejam de má intenção ou que sejam as erradas, o mais importante é ajudar os outros, pois o próximo nem sequer questiona se o outro o fez por benefício pessoal ou para seu benefício, o que é realmente importante é que foi ajudado. 
Cristiana 10ºA