Este filme espelha, de forma aliciante e cómica, a diversidade cultural. A cultura varia no tempo e no espaço, varia de época para época, de lugar para lugar, pois não há uma única cultura, mas múltiplas culturas, as quais reflectem as diferentes maneiras como as comunidades se organizam e integram.
Trata-se de um filme que nos conduz às deslumbrantes paisagens africanas, a um contexto espácio-temporal completamente diferente do nosso, proporcionando-nos ocasiões de reflexão a respeito de nós, dos outros e da forma como reagimos em relação a novas situações, em relação à mudança.
O próprio título do filme «Os deuses devem estar loucos», já é bastante apelativo, levando-nos a reflectir sobre tudo aquilo que poderá fugir às nossas crenças, aquilo que poderá ser considerado como estranho, diferente, inusitado. Os deuses, para aquela tribo, representavam a ordem, a tradição, a moral; ao afirmar que eles enlouqueceram, já significa que algo está fugindo a essa normalidade, o que se retrata através do contacto com a civilização ocidental.