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domingo, 21 de setembro de 2008

O Viandante sobre um Mar de Névoa


Preciso de solidão para comunicar com a Natureza
Caspar David Friedrich

Manhã e anoitecer, sol nascente e poente, nascimento e morte, eis os temas determinantes de Friedrich, pintor da quietude, da transparência, da leveza.
Reflexão! É o apelo cativante que prende os nossos olhos à natureza silenciosa, transformada em obra de arte.
As paisagens de Friedrich não são impressões naturalistas mas sim “paisagens de sentimento” que ecoam na mente humana.
Friedrich é considerado o mestre da composição da quietude.
Na obra artística, O Viandante sobre um Mar de Névoa, no cimo de um rochedo escuro, ergue-se um homem visto de costas. Olha o mar imenso de montanhas nubladas de fina poalha que se eleva do vale e se desfaz perto do céu. As nuvens deslizam ao longe numa simbiose perfeita com a névoa. As cores que sobem suavemente da terra, derramando-se em delicados amarelos pelo céu, prendem a emoção que nos transporta para o infinito. A profundidade espacial do horizonte é uma porta aberta para a quietude do tempo. O Sublime! É isso que se pretende captar nesta obra. Subimos ao cume da montanha, olhamos a ondulação das colinas que se dirigem para o indizível e o que desejamos? Fundir-nos no espaço ilimitado, permanecer aí e reconhecer que não somos nada. O sublime esmaga a nossa pequenez. O Viandante do mundo somos nós, constantemente a oscilar entre a vertigem da vida e a necessidade de pensar – Quem somos? O que fazemos aqui?
Isabel Laranjeira

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