Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO E O SEU INACABAMENTO BIOLÓGICO


Actualmente, sabe-se que o ser humano «é o resultado de uma complexa história de desenvolvimento, em que se entrelaçam factores hereditários e experienciais» (Telford e Sawrey). Todavia, foram várias as concepções que surgiram que aceitavam apenas o Homem enquanto dimensão genética, como a concepção preformista. O preformismo defende que a acção genética é a única causadora do Homem enquanto ser, não importando o meio em que está integrado. Tudo o que somos está já predeterminado, somos fruto da nossa hereditariedade.
Obviamente, esta teoria não foi corroborada, pelo contrário, sabemos que a verdade se encontra na concepção epigenética. A epigénese diz-nos que o ser humano resulta do seu código genético e da interacção com o meio. O meio adquire, assim, um papel fundamental no desenvolvimento do Homem. O que nos leva a considerar que somos seres inacabados quer física quer psicologicamente, pois a existência humana deriva de inúmeros acontecimentos e do nosso potencial herdado. O nosso inacabamento pode-se dizer ser duplo, dado que somos caracterizados pelo inacabamento mental – prematuridade -, e pelo físico – neotenia. A prematuridade permite-nos crescer e desenvolver psicologicamente da melhor forma possível, se inicialmente temos necessidade de aprender a falar, caminhar, escrever (ao contrário dos animais, que nascem com uma Natureza dada), conseguimos facilmente evoluir para um estado racional muito superior. Já a neotenia permite o nosso mais correcto crescimento físico, crescemos progressivamente, sendo que o nosso cérebro, por exemplo, nunca pára de crescer.
O inacabamento humano traz, deste modo, inúmeras vantagens, pois possibilita a evolução progressiva do ser humano, este é, pois, capaz de se adaptar e, em função das condições em que terá de crescer, desenvolver-se. Somos portanto capazes de produzir um organismo cada vez mais complexo, como afirma o excerto.
O ser humano caracteriza-se, assim, pela complexidade do seu desenvolvimento, que nos leva a considerar o quão perfeita a Natureza é!

Patrícia Cruz, nº22 -12ºC

Sem comentários: