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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“MAR ADENTRO” E O PROBLEMA DA EUTANÁSIA


Rámon é um tetraplégico que está preso a uma cama há 29 anos. A sua única janela para o mundo, é a janela do seu quarto, que o leva para o mar, mar onde Rámon ficou tetraplégico. O mar inunda mas a seguir engole, ele aproxima mas logo recua. Rámon mergulhou no mar quando este recuava e o resultado foi trágico: o pescoço partido; cabeça de um homem subitamente sem corpo. Apenas uma cabeça sonhadora, com sonhos de morrer. Rámon tornou-se um símbolo da luta pela morte.
Farto de estar há 29 anos preso numa cama, queria morrer, queria que o ajudassem a morrer. Há muito que Rámon luta pelo direito de pôr termo à sua vida, luta pelo direito à eutanásia.
Um tema tão polémico como a eutanásia não poderia ter sido tratado de uma forma tão simples, eficaz e bela como neste filme.
Na verdade ainda não tenho opinião definida sobre a eutanásia, que como o próprio nome indica é uma boa morte (“eu” e “thanatos”), em que uma pessoa acaba com a vida de outra para benefício desta. Este entendimento da palavra realça duas importantes características dos actos de eutanásia.
Primeira, que a eutanásia implica tirar deliberadamente a vida a uma pessoa.
Segunda, a vida tirada para benefício da pessoa a quem essa vida pertence é normalmente feita porque ela sofre de uma doença terminal ou incurável. Isto distingue a eutanásia da maior parte das formas de tirar a vida.
Além disso, quando o argumento acerca do significado moral da distinção entre matar e deixar morrer é apresentado no contexto do debate da eutanásia, tem de se considerar um facto adicional. Matar alguém ou deixar deliberadamente alguém morrer, é geralmente uma coisa má porque priva essa pessoa da sua vida. Mas quando se trata da questão da eutanásia é diferente. No caso da eutanásia a morte de uma vida é do interesse da pessoa. Isto significa que um agente que mata, ou um, agente que deixa morrer, não está a fazer mal, mas sim está a beneficiar a pessoa a quem a vida pertence.
Então, se os indivíduos acreditarem que a eutanásia seja uma forma de pôr fim ao sofrimento, porque não a eutanásia, já que se trata de uma escolha consciente do indivíduo?
Aqueles que defendem a admissibilidade moral da eutanásia apresentam como principais razões a seu favor a misericórdia para com pacientes que sofrem de doenças para as quais não há esperança e que provocam grande sofrimento e, no caso da eutanásia voluntária, o respeito pela autonomia.
Filipa Almeida 12º A

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