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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A Natureza, a Humanidade e ainda a Obrigação moral


Ao longo deste ensaio tentarei defender a minha posição relativamente a este assunto assim como mostrar que “O valor moral das acções provém das intenções com que são praticadas” (Kant). Tentarei expressar a minha opinião relativamente ao facto de que devemos preservar a natureza e não deixá-la de parte. A natureza é extremamente necessária para a nossa sobrevivência e é por isso que devemos preservá-la.
O homem tem usado a natureza para proveito económico não se preocupando o suficiente com a preservação desta. A natureza é um bem essencial para a sobrevivência de todos nós e isso inclui logo à partida uma obrigação moral. Devemos a nós próprios a nossa sobrevivência na terra, logo devemos preocupar-nos com a natureza! Cada homem deve agir de modo a que os efeitos das suas acções sejam compatíveis com a permanência da sua vida na Terra. Deste modo o desenvolvimento e o crescimento das sociedades deverão ser levados a cabo de um modo sustentável, levando em consideração, por exemplo os seguintes aspectos: os recursos renováveis não devem ser utilizados a um ponto que exceda a capacidade do sistema de se renovar.  
 É neste contexto e no quadro da ética ambiental que surge uma nova noção tanto a nível filosófico como a nível jurídico: os direitos das gerações futuras. Começou-se, portanto, a ter uma noção clara de que os malefícios que a acção humana provoca no ambiente têm uma duração que ultrapassa uma ou duas gerações, e que a sua grandeza está muito para além da capacidade da própria natureza de se regenerar. Em última instância é a sobrevivência da própria humanidade e dos restantes seres vivos que está em causa. Este novo conceito, o dos direitos das gerações futuras, levanta interessantes questões filosóficas.
            Vejamos um dos maiores exemplos de conflitos de interesses entre o desenvolvimento e a economia: as centrais nucleares.  Existem muitas pessoas a apoiarem a produção de energia nuclear pois cada vez mais são os projectos desenvolvidos pelos países de forma a apostar nesta energia, não querendo ver o facto de todas as consequências negativas que afectam/ameaçam a humanidade.
Apontam como principais vantagens, o facto de ser um combustível mais barato do que os outros já existentes, de ser uma fonte mais concentrada de energia, de não causar efeito de estufa, ser fácil de transportar, permite reduzir o défice comercial e ainda aumentar a competitividade.
Apesar de todas estas vantagens apontadas pelos defensores do nuclear existem desvantagens que são suficientemente fortes para se oporem a esta fonte de energia. Podemos por exemplo falar do grave acontecimento de Chernobyl, em que a explosão de um só reactor da central nuclear, provocou centenas de mortes contaminando uma vasta área ao seu redor provocando assim uma nuvem radioactiva que atingiu uma grande parte da Europa. Gerações que surgiram durante os anos seguintes a este acontecimento sofreram de graves problemas genéticos (nascimento de bebés completamente deficientes), havendo também por toda a Europa um aumento do cancro da tiróide e muitos outros acontecimentos nomeadamente o facto de 26 anos depois deste acontecimento ainda não se poder habitar a região. Falando ainda do facto de os resíduos serem um dos principais inconvenientes desta energia, visto que actualmente não existem planos para estes resíduos, quer de baixo ou alto nível de radioactividade, estes podem ter uma vida até 300 anos após serem produzidos podendo assim prejudicar as gerações vindouras.
Podemos agora falar, depois deste exemplo, da obrigação moral em proteger a natureza que directamente afecta a humanidade. Ponho agora a pergunta “Que direito moral tem o Homem para hipotecar as gerações futuras com a construção de centrais nucleares sabendo as consequências disto, sublinhando ainda o facto do lixo produzido demorar 300 anos a degenerar-se, e até lá, quais as consequências?”. A natureza é um bem do qual a humanidade depende, e muitas vezes o homem não tem essa noção fabricando coisas como estas que nos afectam gravemente. Temos então a obrigação moral de defender a natureza visto que a nossa saúde depende dela.
Podemos, pois chegar à conclusão de que sim, de que temos a obrigação moral de preservar a natureza, pois só assim podemos garantir o futuro da humanidade.
“Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto, e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe, o homem irá entender que dinheiro não se come.” 
Provérbio indígena

Roxanne Correia nº 19 10º C

1 comentário:

Lua Nova disse...

Absolutamente racional e compreensível sua narrativa e acredito que, dificilmente, alguém poderá não entendê-la. Mas o problema não é a compreensão: é ganância. É devido a ela que estamos na situação crítica em que estamos e à beira de atingirmos um limite irreversível para a natureza.
Tomara que jovens que pensam e sintam as coisas como vc (e neles mora minha esperança) encontrem caminhos para mudarem o panorama, mudando o pensamento dos atuais governantes do mundo.
Um 2011 cheio de boas e saudáveis novidades para o mundo e de realizações suas que a façam muito feliz.
Beijokas.