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domingo, 22 de novembro de 2009

MAR ADENTRO


Mar adentro é um filme espanhol que relata a história de um homem lúcido e extremamente inteligente que luta pela morte como um direito. Rámon Sampredro, natural da Galiza, sofreu quando jovem, um acidente que o deixou tetraplégico.
Este filme possibilita-me exercitar uma reflexão profunda sobre o sentido da vida. A concepção da morte como a razão de toda uma vida, é difícil de interpretar e faz-me repensar os valores morais que adoptamos na nossa sociedade. Afinal, quem tem direito à vida? Que sentido faz criarmos ambições, se existe como superlativo uma morte desejada?
Rámon no seu perfeito estado mental, vive com humor e soberania os dias que atentam contra a sua própria vida. Sem se mover, faz girar a realidade à sua volta.
A paixão que nasce pela advogada que o ajuda no seu caso, ao contrário do que seria comum, não o consegue dissuadir das suas intenções. Daí não me identificar e não entender este problema de desalento que o faz desistir de toda uma vida que aparentemente deixa de ter sentido por uma limitação física. Dado à criação e inovação, uma pessoa extremamente activa de pensamento, Rámon seduz os que o rodeiam, desvaloriza a própria vida e ajuda os outros a encontrar um rumo para as suas. Está isto certo?
Talvez não seja inaceitável perceber que uma pessoa que está a sofrer ambicione mais do que tudo por fim à vida. Mas nem assim acho que o ambicione por querer morrer, talvez esteja influenciada pelo estado de dependência em que se encontra, talvez não queira dar trabalho ou talvez seja cobardia para lutar por uma vida que lhe surgiu com mais obstáculos. Na verdade, acho até injusto quando uma pessoa desiste, quando deixa para trás o carinho dos que fizeram parte da sua construção.
Viver é isso mesmo, ter força para alcançar um certo patamar e depois outro que mais ou menos oculto terá certamente as suas razões para brilhar, as coisas boas e menos boas.
Ter liberdade para morrer poderá ser coerente? Acho que é mais coerente ter liberdade para enfrentar o que se opõe, vivendo, amando, fazendo diferente…
Marisa Ferreira - 12ºA, nº 16


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