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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DA RECTA CLARIDADE DOS TEUS PASSOS



Falta a luz dos teus olhos na paisagem:
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam, à procura
Da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
Muram a tua transparência.
Sem transparência.
O mesmo rio que te reflectiu
Afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por não te ver, a vida anoiteceu
À hora em que teria amanhecido...

Miguel Torga, Obra Poética

2 comentários:

Ibel disse...

Não sei se gosto mais do poema se da paisagem, mas ambos me despertaram uma profundacomoção.

Isabel disse...

A paisagem na foto completa o poema:" O mesmo rio que te reflectiu, afoga agora, o teu perfil perdido." as leituras interpretativas podem ser muitas, para mim só tem uma.
Obrigada pela visita, minhota.