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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Billy Elliot


Passado numa época difícil de revolução e conflitos laborais nas minas de carvão, o filme mostra-nos a importância das relações precoces que estabelecemos com os outros.
Billy Elliot é uma criança carismática, que cresce em Durham, uma pequena cidade de Inglaterra, no seio de uma de muitas famílias mineiras, que lutam contra todas as condições injustas de trabalho. Possui uma aptidão especial para a música e para a dança.
Obrigado pelo pai, inicia-se no boxe e rapidamente percebe que aquilo nada tem a ver com ele. Prova disso é que opta por aliar-se à turma de Ballet de Mrs.Wilkson que ensaia no mesmo ginásio, sendo atraído pela leveza e pela graciosidade dos movimentos das pequenas bailarinas.
Sem a presença da mãe desde muito novo, pois já tinha falecido, o seu crescimento é a partir daí condicionado pelo ambiente que cria com as pessoas que o acompanham. Começa a sua paixão pela dança e um conflito com a família tradicional, que não aceita este mundo por preconceito.
O seu talento nato para dançar assenta na ideia de que o homem se afirma pela sua força e determinação, enfrentando assim a contrariedade do seu irmão e do seu pai e as suas mentalidades opressoras.
Esta é uma luta que entra nos conflitos das suas vidas e que se expande até o pai de Billy, no dia de Natal, apanhar o filho talentoso a ensinar alguns passos ao seu amigo Michael. A criança dança para o pai num total envolvimento, ao mesmo tempo que recalca frustrações interiores. O pai muda radicalmente a sua atitude e é assim que ambos e o irmão lutam para construir o futuro do protagonista e são feitos todos os possíveis para a audição em Londres na Royal School Ballet.
O final é previsível e feliz, com a ascensão de Billy ao topo da carreira e com a resolução da luta dos mineiros, sendo que, nos incentiva a produzir os nossos sonhos e a acreditar que podem ser concretizáveis embora haja contrariedades.
A história é toda ela tocante e sensível, provocando ao mesmo tempo, sentimentos de repúdio pelo tabu que ainda hoje se propaga sobre a orientação sexual dos bailarinos e da intolerância resistente que dificulta viver a vida como ela elucida que seja, sendo nós próprios.
O filme permite diversas abordagens sobre temas da disciplina de Psicologia, designadamente: as impressões, a identidade pessoal, a motivação, o conflito, a frustração, o recalcamento, o preconceito. Seria interessante saber em que se fundamenta o preconceito relativamente à actividade de bailarino ser encarada como menos própria do sexo masculino.

Marisa Ferreira, 12ºA



2 comentários:

lia disse...

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.

(Sebastião da Gama)

Isabel disse...

Este filme é extraodinário para a abordagem de diferentes matérias de Psicologia. Os alunos no fim ficaram calados com vontade que o filme se prolongasse.

Obrigada Lia por este poema de Sebastião da Gama que vem complementar a ideia de que devemos lutar pelos nossos sonhos. "Partimos, Vamos, Somos."