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domingo, 3 de janeiro de 2010

QUE DIRIA SÓCRATES?



“Bebemos uma filosofia natural arcaica com o leite das nossas mães.”
W.V.Quine
Somos por essência seres filosóficos. Todos nos confrontamos, durante a vida, com questões filosóficas. Quem nunca se interrogou sobre a morte, a vida, o amor?
Ao sítio da internet Askphilosopheres, todos os dias chegam ecos destas e de outras questões, colocadas por milhares de pessoas de todos os cantos da Terra. Diversos filósofos ofereceram-se para responder, surgindo o projecto de organização num livro de núcleos de questões/ respostas filosóficas.
Que Diria Sócrates? é uma obra que resulta de várias perguntas filosóficas colocadas por pessoas desconhecidas e pelas respostas dadas por filósofos. Os núcleos de questões foram organizados em torno dos temas e problemas centrais da filosofia enunciados por Kant: que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? O que é o Homem?
Algumas perguntas são surpreendentemente originais, como aquela em que, um internauta interroga sobre o Nada. “Existe uma coisa que seja o nada? Podemos dizer que as meias estão na gaveta, ou que nada lá está. Mas, se é possível que nada esteja na gaveta, então o nada terá, de algum modo, de existir? Não se pense que o filósofo que deu a resposta a deu com subterfúgios. Com clareza e rigor lógico, Alexander Geoge, provou que em qualquer espaço dado, ou há uma coisa, ou não há uma coisa. Se não há lá coisa alguma, se nada lá está, isto não quer dizer que haja lá uma coisa, chamada NADA.
A última questão é aparentemente humorística e reveladora da ideia que se tem dos filósofos como pessoas complicadas e sonhadoras. “Porque transformam os filósofos perguntas aparentemente simples em questões tão complexas e confusas”. Alexander Geoge responde que uma pergunta simples não tem que ter uma resposta simples. A pergunta «Porque há marés?» é uma pergunta simples, no entanto uma boa resposta para esta pergunta é de facto complexa.
O Livro demonstra como a filosofia é uma actividade interessante, capaz de cativar o homem, desafiando-o a pensar melhor e a rever os pressupostos em que assentam as suas ideias. Mostra também que os filósofos não são homens alheados do mundo real. Eles formulam problemas, confrontam teorias e argumentos e são capazes, pelo diálogo, à semelhança de Sócrates, discutir directamente com as pessoas comuns.

Que Diria Sócrates? , Gradiva - Colecção Filosofia Aberta

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