Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ENSAIO


A família Simões tem um filho de 7 anos que tem uma doença grave. Leucemia num estado adiantado. Ninguém da família é compatível e apesar da oferta de muitas pessoas, não aparece ninguém que tenha medula compatível.
A família Simões resolveu então conceber outro filho e com o auxílio da engenharia genética, puderam escolher um embrião completamente compatível com o filho mais velho. Assim nasceu a Joana, cujas células estaminais presentes no seu cordão umbilical salvaram a vida do João, o irmão.
Podemos considerar ético o comportamento dos pais em relação à Joana? Como se deve sentir a Joana sabendo que foi concebida unicamente para salvar o irmão
Manias de Sociedade

Joana é gerada com a finalidade de ajudar o seu irmão Pedro, com sete anos, à beira da morte porque a leucemia não o deixa viver. Os pais não são compatíveis, a família também não e não aparece ninguém que o consiga salvar. Só Joana, uma criança ainda não gerada o poderá salvar. Os pais decidem que dentro de nove meses o Pedro ficará bom, porque Joana, a sua irmã ira nascer para o salvar! E agora pergunto-me: Será esta atitude, uma atitude ética perante a sociedade? Penso que não.
Há muitos anos alguém definiu ética como a ciência que tem por objectivo o juízo de apreciação com vista à distinção entre o bem e o mal. E é isso que pretendo ao longo deste texto fazer, talvez desmistificar este quase problema que se impôs perante estes pais que para salvar o seu filho mais velho viram se na necessidade de gerar outro ser vivo! E qual é a finalidade desse ser vivo? A mesma que eu tenho, que tu tens ou que nós temos: percorrer um caminho que nos levará a algum lado. Todos nascemos com um propósito, com uma missão. Então, pensando bem será assim tão errado os pais terem decidido dar ao mundo ou novo ser? Não seria igualmente ingrato deixarem morrer aquele filho, havendo possibilidade de ele continuar a viver? E quem nos garante que aquela tal criança, a Joana não foi desejada por aqueles pais? Talvez ainda não tivessem encontrado o momento certo para a criança vir ao mundo, mas se (tal como aconteceu) pudessem juntar o útil (ter a criança) ao agradável (salvar o filho, mais velho) não se tornaria melhor? Voltando às evidências (da sociedade), que no meu ponto de vista não me pareceu assim tão evidentes. A sociedade acredita que a Joana não vai aceitar bem o facto de ter sido gerada pelos pais (também como a sociedade acha) apenas para salvar o irmão. Mas, quem nos garante ainda que a Joana um dia não se vai sentir orgulhosa de saber que salvou uma pessoa. Uma pessoa de nome Pedro que afinal era seu irmão.
Por que a nossa sociedade aceita normalmente uma doação de órgãos para salvar a vida a alguém e depois acha tão mal, ou põe ‘tantas limitações’ a este caso? Não se tratará praticamente da mesma coisa? Não será a Joana também a partir do momento em que foi gerada tão bem tratada como se não viesse ao mundo para ajudar o irmão?
Trata-se sem duvida de uma mania da sociedade, de não saber o que é eticamente correcto e o que é eticamente incorrecto.
Concluindo, eu fazia-o tal como os pais do Pedro fizerem. Tornar-se-ia uma dupla felicidade, sem dúvida.
E a sociedade que continue com a sua mania, afinal estes pais fizeram duas boas acções: Salvaram o Pedro e ainda geraram a Joana que concerteza se sentira imensamente feliz por ter salvo aquele irmão.

Filipa Almeida , nº11 12ºA

1 comentário:

Anónimo disse...

Filipa

Concordo contigo. Os pais do Pedro duplicariam a felicidade. Julgo que a Joana nunca se sentiria um ser instrumentalizado.
Isabel