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domingo, 31 de janeiro de 2010

CANÇÃO DO AMOR-PERFEITO



Eu vi o raio de sol beijar o outono.
Eu vi na mão dos adeuses o anel de ouro.
Não quero dizer o dia.
Não posso dizer o dono.

Eu vi bandeiras abertas
sobre o mar largo
e ouvi cantar as sereias.
Longe, num barco,
deixei meus olhos alegres,
trouxe meu sorriso amargo.

Bem no regaço da lua,
já não padeço.
Ai, seja como quiseres,
Amor-Perfeito, gostaria que ficasses,
mas, se fores, não te esqueço.

Cecília Meireles, in "Retrato Natural"

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

HOJE É DIA DE MOZART



MOZART nasceu em Salsburgo, Áustria, a 27 de Janeiro de 1756. Filho de Leopold Mozart e de Anna Maria Pertl, ele e sua irmã mais velha, Maria Anna, conhecida por Nannerl, foram os únicos sobreviventes dos sete filhos do casal. Desde muito jovens revelaram extraordinárias capacidades para a música, em especial Mozart, para quem a música e a matemática eram tão naturais como jogos e brincadeiras para qualquer outra criança. Aos quatro anos iniciou-se no cravo e aos cinco começou a compor. Aos seis, tocava com destreza cravo e violino. Conseguia ler música à primeira vista, tinha uma memória prodigiosa e uma inesgotável facilidade para improvisar.
A sinfonia nº 41 em Dó maior, é o exemplo acabado do classicismo musical pela junção de maturidade e equilíbrio. Mozart depositou nesta sinfonia toda a sua sabedoria e experiência. (...) O compositor consegue aliar de modo extraordinário duas formas à partida quase irreconciliáveis entre si: a sonata e a fuga.
Editorial Sol90 - Expresso

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A MEMÓRIA


A meio caminho do social e cognitvo certos estudos mostram que o indivíduo reconstrói a sua própria história, num sentido que lhe é favorável. Como diz Elisabeth Loftus, "a nossa memória sofre de um complexo de superioridade". Num artigo intitulado "O ego totalitário", Anthony G. Greenwald põe em evidência três tipos de manipulações da percepção da realidade ( e mais particularmente das recordações), visando assegurar-nos a melhor imagem possível de nós próprios; consideramo-nos melhor do que os outros e desempenhando um papel social mais importante; temos tendência a fazer jogar os sucessos a nosso favor e a recusar uma responsabilidade nos fracassos (por exemplo, os condutores de automóveis são frequentemente renitentes em reconhecer que estiveram na origem de um acidente); procuramos geralmente preservar a justeza da nossa maneira de pensar, mesmo deformando a realidade ( por exemplo, pode acontecer que modifiquemos uma recordação a fim de que possa estar mais de acordo com a nossa situação ou as nossas convicções actuais).
Esta tendência do indivíduo em reconstituir o passado em função do presente manifesta-se igualmente no seio dos grupos sociais. A sociologia da memória colectiva estuda o modo como as sociedades "comemoram" os factos notáveis. Os acontecimentos passados são modificados, intencionalmente ou não provavelmente para que o grupo social possa manter a sua coesão interna. Nível de responsabilidade, número de mortos... são reduzidos ou aumentados de acordo com o lado de onde se fala. Os manuais escolares são muitas vezes testemunhos impassíveis desta reescrita do passado, que por vezes pode mesmo conduzir a uma verdadeira amnésia.

Lecomte, J., "la Mémoire Déchiffrée", Sciences Humaines, nº 43, 1994, p.19
in, Dossier do aluno, Psicologia B - 12º ANO, Porto Editora

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PARA ONDE CAMINHAS, TOLERÂNCIA?


Nos tempos actuais vive-se a uma velocidade louca, numa constante azáfama que implica um grande stress nas pessoas, levando-as a ser pouco ou nada tolerantes. O mundo sem tolerância é um mundo pouco justo, onde todos os males podem levar à consequente vingança, criando guerras que não beneficiam nem nunca beneficiaram quem quer que fosse.
A falta de tolerância é regular em decisões sociais e políticas, tornando as pessoas capazes de atitudes e posições que em nada dignificam quem as toma, e que somente prejudicam (ainda mais), os já de si, considerados desfavorecidos.
A virtude de ser tolerante acarreta respeito e valorização do próximo, dignificando-o enquanto ser humano que é, livre de tomar as decisões e opções que quiser, e de ter os seus valores e crenças, pois quando há interesses que se sobrepõem, muitas pessoas revelam o seu desrespeito e egoísmo, ao não olhar para o(s) meio(s) necessário(s) para atingir o fim pretendido.
Todos temos direitos e deveres, e apenas se nenhum deles for omisso, a tolerância poderá dar resultado. O bom senso, a capacidade de perdoar, de avaliar as situações em que cada um se encontra, tomando também a sua posição, tudo baseado em racionalidade, faz parte de um conjunto de características que todo o cidadão deveria ter. Infelizmente assim não o é, e em parte por culpa da natureza deste mundo, que não tornou o ser humano capaz de semelhantes coisas, que não deu nem dá a todos as mesmas condições, sejam intelectuais, monetárias, ou até físicas.
Num mundo onde as culturas variam de país para país, a tolerância tem que ver com o moralmente correcto ou incorrecto para a sociedade em que estamos inseridos. Isso passa por respeitar tradições, rituais, ou pequenos hábitos, vindos de tempos passados, como o uso do hijab (véu islâmico), por parte de toda e qualquer mulher islâmica, pois para ela isso é visto como algo que a dignifica, que impõe respeito, porque faz com que seja conhecida pelo espírito e não pela aparência. Já castigos duros como a morte para homossexuais, apenas porque o são, como acontece nos países muçulmanos, são sinais de uma extrema intolerância, pelo menos para nós, ocidentais. A crucificação da homossexualidade pode ser feita de várias maneiras, mas nunca afectando directamente quem o é. Podemos escrever, podemos dizer, o que achamos, pois de falar ninguém é impedido. Mas a tolerância deve sobrepor-se à nossa opinião, seja ela qual for, pois, supostamente, cada um deve ser livre de ter as suas opções.
Pede-se paz para o mundo, mas a verdade é que muita gente não sabe o que isso é. Nasceram e cresceram num país violento, onde toda a gente passa por cima de qualquer um, do género “salve-se quem puder”, mas a verdade é que a essa gente deveria pedir-se tolerância. Ensiná-los a ser tolerantes, explicar-lhes o que isso é.
Apelar ao bom senso de cada um, é apelar à tolerância. Apelar à tolerância, é pedir paz, respeito pelas decisões de cada um e respectivos pontos de vista. Só teríamos a lucrar com isso, porque ser tolerante também é saber ver que uma opinião, mesmo não fazendo a generalidade do senso comum, deve merecer uma reflexão, colocando sempre a possibilidade de esta ser (a) mais correcta, tal e qual o que acontece com as sucessivas evoluções da investigação científica, pois a tolerância não é impeditiva de evolução, ao contrário do que possam pensar os mais extremistas, mais rebeldes.
Ser tolerante é ser sábio, mostrar racionalismo, conhecimento, e sobretudo, apoiar uma evolução gradualmente benéfica para todos, é este o caminho a seguir.
Ricardo Laranjeira -12ºB

domingo, 24 de janeiro de 2010

SERÁ A EUTANÁSIA MORALMENTE ACEITÁVEL? iii


O problema da morte assistida já é discutido desde há muito tempo. Na antiguidade havia quem defendesse a morte assistida, eutanásia, e havia quem discordasse. Em Portugal a Eutanásia nunca foi aprovada, ao contrário do que se passou nalguns países.
Neste ensaio vou procurar oferecer razões para acreditar que a Eutanásia deveria ser legal.
É muito importante que nos preocupemos com este problema, pois se a Eutanásia for legalizada, poder-se-á acabar com o sofrimento de muitas pessoas que desejam a morte e continuam a sofrer sem necessidade. Além disso a Eutanásia é um problema que as pessoas nem se dão ao trabalho de pensar, não tendo opinião própria. Com este trabalho poderão definir uma opinião própria acerca deste assunto que tanta polémica e controvérsia têm levantado.
Os obstáculos à Eutanásia em Portugal são bastantes, nomeadamente por parte da comunidade, a deontologia médica, a doutrina cristã e a Legislação Portuguesa.
Eu penso que a Eutanásia, nas pessoas cuja vida já não faz sentido é o único caminho que se deveria tomar. Uma pessoa em constante sofrimento físico e psicológico ou doente na fase terminal, tem uma vida que não faz sentido, e se essa pessoa deseja pôr termo à sua vida, acho que esse seu desejo deveria ser realizado, para seu bem assim como para bem dos familiares que também sofrem pele doente.
Efectivamente, o direito à vida é um valor absoluto e inviolável, assim como o direito à autonomia e à liberdade. Ora, essa liberdade poderá renunciar um outro direito, como o direito à vida, desde que a sua escolha seja voluntária e sem interferências exteriores. Logo, o desejo das pessoas em pôr fim à sua vida deveria ser concretizado.
Nos dias que correm, desenvolveram-se correntes ideológicas que apelam à centralidade do homem, à sua liberdade e autonomia. A vida do Homem é feita de escolhas pessoais que temos de respeitar, incluindo a escolha de morrer. Logo, ninguém se devia opor à escolha de uma pessoa em morrer.
Uma pessoa que sofre de uma doença incurável ou que esta numa fase terminal, que sofre fisicamente e psicologicamente, tem uma vida que não faz sentido. Quando a vida não faz sentido a única saída é a morte. Logo, a Eutanásia deveria ser legal.
Conta a Eutanásia argumenta-se que, o primeiro direito do homem é o direito à vida, desde o nascimento até à morte, não se podendo acelerar a morte. Logo a Eutanásia deve ser ilegal.
Assim como o direito à vida, o ser humano também tem o direito à liberdade e autonomia que poderão recusar outro direito como o direito à vida, acelerando assim a morte. Segue-se então que a Eutanásia deveria ser legal.
Argumenta-se também dizendo que os médicos não podem fazer mal aos doentes e que matar não é acto de médico. O médico deve procurar que o doente tenha uma melhor qualidade de vida atenuando as dores. Logo um médico não pode assistir uma morte.
Se um médico não pode fazer mal a um doente tem que fazer o bem. O bem para uma pessoa que sofre constantemente fisicamente e psicologicamente, e que tem uma doença que não tem cura é a morte sem sofrimento. Logo como a Eutanásia provoca uma morte sem sofrimento devia ser legal.
Os cristãos argumentam que a Eutanásia é uma atitude de recusa da soberania e amor de Deus. Portanto deveria ser ilegal.
Deus queria o bem da humanidade dando-lhe amor. A Eutanásia é desejada pelas pessoas sendo a sua única saída do sofrimento. Se as pessoas desejam a Eutanásia é porque acham ser benéfico para elas. Então vai ao encontro do desejo de Deus, portanto a Eutanásia deveria ser legal.
Concluindo, penso que a Eutanásia deveria ser aprovada pela legislação Portuguesa, pois uma pessoa que está na posse do seu discernimento, que fez vários pedidos para morrer e sofre de uma doença incurável que lhe proporciona sofrimento físico e psicológico tem uma qualidade de vida tão baixa que a sua vida já não faz sentido. Sendo assim, para bem do doente e para bem da sua família, a Eutanásia surge como o único caminho a percorrer.

Vitor Augusto Nogueira da Silva -10ºA

sábado, 23 de janeiro de 2010

SERÁ A EUTANÁSIA MORALMENTE ACEITÁVEL? ii


Será a Eutanásia moralmente aceitável?
São-nos apresentadas duas teses distintas que procuram responder a este problema filosófico: os que defendem que a Eutanásia é perfeitamente aceitável por acabar com o sofrimento das pessoas e os que pensam que a Eutanásia é decididamente inaceitável, por acabar com a vida que é um dom que nos deram.
Eu defendo a proposição expressa pela frase “Se uma pessoa está em sofrimento, a Eutanásia é aceitável”. Isto é, no meu ponto de vista, a eutanásia é aceitável, desde que a pessoa sofra de uma doença incurável que lhe cause sofrimento físico e/ou psicológico e se a eutanásia for o último meio para acabar com o sofrimento. Além disso, os responsáveis pela morte assistida dessas pessoas, não o fazem “ao acaso”, ou seja, fazem testes e exames para terem a certeza que as pessoas estão conscientes do que vão fazer e que já não há outra alternativa para acabar com o sofrimento da pessoa. Por exemplo, se uma pessoa tiver esclerose em placas, sofra diariamente por ver o seu corpo degradar-se e que já não veja sentido na sua vida, acho que, depois de serem feitos todos os exames, essa pessoa tem o direito de querer acabar com esse sofrimento, mesmo que o último caminho seja a morte.
Tudo aquilo que diminui ou acaba por completo com a dor devia ser aceite pela sociedade, a eutanásia corresponde a uma escolha para acabar com a dor e o sofrimento por parte de um doente em fase terminal, logo a Eutanásia devia ser aceite.
Quando alguém fica dependente de outras pessoas para realizar as tarefas mais básicas, começa a sentir-se com medo e revolta de ser um “estorvo” para as pessoas mais próximas, começando a pensar que a vida já não tem sentido, logo cada pessoa tem o direito de querer morrer quando sente que já não faz sentido continuar a fazer as outras pessoas sofrer.
Engana-se quem pensa que o direito de retirar a vida cabe apenas a Deus visto que, as pessoas em fase terminal sabem que vão morrer a qualquer momento e ao quererem recorrer à eutanásia estão a acabar mais cedo com o sofrimento, adiantando aquilo que seria inevitável devia ao seu estado e as pessoas que estão em coma ou em estado vegetativo já estão como mortos, aquilo que as mantém a respirar são as máquinas. Os familiares e amigos das pessoas nesse estado, têm o direito de pedir aos médicos para desligarem as máquinas, visto que, para aquelas pessoas a vida já acabou.
Claro que a todos os argumentos existem objecções, argumentos contra o que acaba de ser dito, como por exemplo:
· Os cuidados paliativos o tratamento da dor e sofrimento humano são a alternativa à eutanásia.
· A legalização da eutanásia poderia ser aplicada de uma forma abusiva, tendo como consequência a morte sem o consentimento das pessoas em causa.
Se os cuidados paliativos e os tratamentos são uma alternativa à Eutanásia então esses cuidados terminariam para sempre com o sofrimento e a dor tanto dos pacientes como dos familiares e amigos, mas isso é absurdo pois, apesar de todos os tratamentos, os doentes sentem imensas dores visto que os cuidados não são totalmente eficazes, logo não podemos afirmar que os cuidados paliativos e os tratamentos sejam uma alternativa à eutanásia.
Se a legalização da eutanásia fosse abusiva ao ponto de matar pessoas sem o seu consentimento, qualquer pessoa poderia pedir para provocarem a morte a outros ou a si mesmo sem nenhum consentimento ou exames, mas isso é absurdo visto que a Eutanásia só é aplicada a pessoas com doenças incuráveis, que depois de todos os exames vejam que não à outra alternativa e apenas com o consentimento dessa pessoa a morte pode ser provocada, logo afirmar que podiam vir a morrer pessoas sem o seu consentimento é errado.
Depois de expor todas as minhas opiniões continuo convicta que a Eutanásia devia ser aceite pela sociedade com um acto de acabar com o sofrimento de várias pessoas que já não vêm sentido nenhum na sua vida rotineira. Sou também a favor que a sociedade não julgue as pessoas que são a favor e que praticam a Eutanásia. A Eutanásia provoca bastantes disputas e discussões entre as diferentes sociedades, muitas vezes provocadas por preconceitos e questões religiosas que as pessoas defendem convictamente sem razões aparentes, apenas porque já cresceram a pensar daquela maneira.
Concluo que o debate está sempre aberto desde que se apresentem com fundamento bons argumentos que possam ser discutidos, quer a favor, quer contra, a Eutanásia.

Márcia Soares - 10ºA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

SERÁ A EUTANÁSIA MORALMENTE ACEITÁVEL?


Sobre este tema, existem duas principais teses concorrentes: uns defendem que a eutanásia deve ser aceite e legalizada e outros defendem que a eutanásia não deve ser permitida por lei e, consequentemente, não deve ser moralmente aceite.
Antes de apresentar a minha tese, deve-se classificar os vários tipos de eutanásia. A eutanásia pode ser voluntária ou involuntária, sendo que estas podem ser activas ou passivas. A eutanásia voluntária é decidida pelo próprio doente com total responsabilidade pelos seus actos, enquanto que a eutanásia involuntária não depende da vontade do doente mas sim da vontade de outros. A eutanásia voluntária activa distingue-se da passiva pelo facto de na activa haver uma componente de acção directa por parte de um agente que provocará certamente a morte do doente, enquanto que na passiva a morte é uma consequência directa de uma omissão, como acontece quando o médico deixa de administrar os tratamentos necessários à preservação da vida.
Na minha opinião, apenas a eutanásia voluntária (activa e passiva) deve ser moralmente aceitável. Um ser humano não deve ser obrigado a morrer apenas por intervenção de outros. Nós, os seres humanos, temos a capacidade de pensar por nós próprios, logo não necessitamos que decidam por nós. Mas a eutanásia voluntária deve ser aceite, pois aplicar a eutanásia numa pessoa com um prognóstico fatal é o mesmo que acelerar esse processo irreversível que é a morte, tendo o doente a possibilidade de minimizar o sofrimento físico e psicológico, além de que se estarão a poupar recursos que poderão ajudar outros doentes que até poderão resolver os seus problemas sem recorrer ao suicídio.
As pessoas se vivem é porque adquiriram o direito de o fazer, mas esse direito é agora delas e podem fazer o que desejarem com ela, tendo por vezes de tomar decisões díficeis mas que minimizem o seu sofrimento e o dos outros, mesmo que tenha de lhe pôr um ponto final.
Há, contudo, quem defenda que a eutanásia não deve ser moralmente aceite, pois acreditam que tudo o que fazemos que ponha em risco a nossa vida são acções contra a Natureza, pois acreditam que todas as acções que realizamos tem um único objectivo: a sobrevivência. Mas se tal fosse o caso, não poderíamos fumar, nem praticar desportos arriscados, nem conduzir um automóvel, pois tudo isso são acções que podem pôr em risco a nossa vida. Isso é totalmente absurdo, logo este argumento não deverá ser contabilizado. Outra objecção à eutanásia é o facto da decisão poder ser influenciada por um estado de espírito momentâneo ou por ocasião de um período de sofrimento que poderá levar à sua decisão. No entanto, a decisão de provocar a eutanásia é uma decisão que não pode ser tomada sem motivos plausíveis e deve ser acompanhada por pessoal qualificado, pois é uma decisão séria e se realizada sem uma razão convincente não pode ser acedida.
Muitas vezes consideramos a eutanásia como uma prática realizada em situações em que se supõe não haver qualquer esperança de se vir a modificar o estado da pessoa e isso não é correcto porque não se pode prever a evolução de uma doença e a resposta adaptativa do organismo. Mas se seguirmos por esse caminho podemos acreditar que uma pessoa possa viver até aos 300 anos e o facto de que nunca tenha acontecido não possa invalidar essa possibilidade. Será, contudo, que a esperança de um milagre que nos devolva a vida é suficiente para permitir todo o sofrimento físico e psicológico durante um tempo de espera, sem nada que faça prever a real ocorrência desse milagre? Parece-me que não.

João Rodrigues, nº13 -10º C

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Billy Elliot


Passado numa época difícil de revolução e conflitos laborais nas minas de carvão, o filme mostra-nos a importância das relações precoces que estabelecemos com os outros.
Billy Elliot é uma criança carismática, que cresce em Durham, uma pequena cidade de Inglaterra, no seio de uma de muitas famílias mineiras, que lutam contra todas as condições injustas de trabalho. Possui uma aptidão especial para a música e para a dança.
Obrigado pelo pai, inicia-se no boxe e rapidamente percebe que aquilo nada tem a ver com ele. Prova disso é que opta por aliar-se à turma de Ballet de Mrs.Wilkson que ensaia no mesmo ginásio, sendo atraído pela leveza e pela graciosidade dos movimentos das pequenas bailarinas.
Sem a presença da mãe desde muito novo, pois já tinha falecido, o seu crescimento é a partir daí condicionado pelo ambiente que cria com as pessoas que o acompanham. Começa a sua paixão pela dança e um conflito com a família tradicional, que não aceita este mundo por preconceito.
O seu talento nato para dançar assenta na ideia de que o homem se afirma pela sua força e determinação, enfrentando assim a contrariedade do seu irmão e do seu pai e as suas mentalidades opressoras.
Esta é uma luta que entra nos conflitos das suas vidas e que se expande até o pai de Billy, no dia de Natal, apanhar o filho talentoso a ensinar alguns passos ao seu amigo Michael. A criança dança para o pai num total envolvimento, ao mesmo tempo que recalca frustrações interiores. O pai muda radicalmente a sua atitude e é assim que ambos e o irmão lutam para construir o futuro do protagonista e são feitos todos os possíveis para a audição em Londres na Royal School Ballet.
O final é previsível e feliz, com a ascensão de Billy ao topo da carreira e com a resolução da luta dos mineiros, sendo que, nos incentiva a produzir os nossos sonhos e a acreditar que podem ser concretizáveis embora haja contrariedades.
A história é toda ela tocante e sensível, provocando ao mesmo tempo, sentimentos de repúdio pelo tabu que ainda hoje se propaga sobre a orientação sexual dos bailarinos e da intolerância resistente que dificulta viver a vida como ela elucida que seja, sendo nós próprios.
O filme permite diversas abordagens sobre temas da disciplina de Psicologia, designadamente: as impressões, a identidade pessoal, a motivação, o conflito, a frustração, o recalcamento, o preconceito. Seria interessante saber em que se fundamenta o preconceito relativamente à actividade de bailarino ser encarada como menos própria do sexo masculino.

Marisa Ferreira, 12ºA



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O PAPEL DO PAI NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA


Com as mudanças que a sociedade tem vindo a sofrer, o papel do pai, e consequentemente a importância que assume no seio da família, tem vindo a alterar-se. Antes dos anos 60, do século XX, cabia às mulheres o papel de mãe, porque o seu tempo era passado em casa a cuidar das lides domésticas e da educação dos filhos. No entanto, com a entrada da mulher no mundo do trabalho, o seu papel modificou-se. As mulheres sofreram uma emancipação acentuada. O tempo para cuidar dos filhos reduziu-se fortemente, posto isto, os homens adquiriram novos papéis, passando a cuidar também dos filhos. Foi neste sentido que apareceu o conceito a que muitos chamam de “novos pais”.
Apesar de tudo, a reestruturação familiar veio a revelar-se positiva. O pai começou a partilhar tarefas domésticas com a mãe e a tratar também dos filhos: dar o biberão, mudar a fralda, levá-los ao parque, ao infantário…
Constatou-se que a forma como o pai pega na criança, o tom de voz, o modo como brinca e interage, distinguem-se dos da mãe, contribuindo favoravelmente para o desenvolvimento psicológico da criança.
A investigação levada a cabo por Kevin Nugent, revelou que os pais [a figura masculina] desempenham um papel fundamental no desenvolvimento emocional da criança, mas radicalmente diferente do papel desempenhado pela mãe.
Através destes estudos não só ficou provado que o desenvolvimento da criança varia consoante a forma como é educada (pelo pai ou pela mãe), como também é benéfico para o desenvolvimento pessoal do homem-pai.
Em suma, o pai ao assumir um papel mais activo no acompanhamento dos filhos exerce uma influência positiva no seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social. As investigações sobre a influência do pai na educação das crianças concluíram que a criança cujo pai está mais envolvido na sua educação, mostra maior capacidade de desenvolvimento cognitivo, segurança na vida e desenvolve relações mais positivas na adolescência com o sexo oposto.

André Filipe -12ºC

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

AS PALAVRAS



Se fosse vivo Eugénio de Andrade faria hoje 87 anos. A sua poesia caracteriza-se sobretudo pela musicalidade das palavras. Como homenagem a um grande poeta português muitas vezes esquecido, aqui fica um dos seus poemas, escolhido ao acaso.

(Uma nota à parte: Hoje não há dinheiro para manter a fundação "Eugénio de Andrade", correndo o risco de encerrar as portas.

AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

AS FANTASIAS DA MÃE FACE AO BEBÉ


Lá está ele tão pequenino dentro da barriga da mãe, a mãe que só pede que ele seja perfeitinho, já nem quer saber o sexo, mas já agora, se não for pedir muito, que seja uma menina, que puxe a pele morena do pai, os sedutores olhos verdes da avó, o contagiante sentido de humor do avó, o narizinho engraçado do tio, bem e a beleza da mãe.
São nove meses de um verdadeiro estado de graça. A mãe flutua num mundo que apenas pertence a si e ao bebé, ao seu bebé, ao seu filho, sangue do seu sangue, corpo do seu corpo. E contagia toda a gente lá de casa, mesmo a pequena ciumenta que de repente vê todas as atenções viradas para o irmãozinho que dizem que está na barriga da mãe, mas como é que pode estar um bebé lá dentro, e se agora não lhe ligam nenhuma está para ver como será depois, até ela já se rende e faz as delícias da mãe quando primeiro pede para dar um carinho na barriguinha, depois um beijinho, e quando sente um pontapé avisa logo que não vai jogar futebol com ele, que não gosta dessas coisas de rapazes.
Ao filho que carrega no seu ventre, tão pequeno e já tão amado, e que dali a não muito tempo vai poder segurá-lo nos braços, passeá-lo pelo parque, ensinar-lhe as primeiras palavras, os primeiros passos, entre tanta, tanta coisa, confessa-lhe que um dia será um grande homem ou uma grande mulher, como sabemos que a mãe prefere. Será o seu orgulho, o seu pequeno anjo, o seu pequeno grande amor.
Bem, e no meio de tantas fantasias como quem chega e diz, “basta, quero sair!”, chega a hora do nascimento, a mamã dá a luz e afinal não é uma menina, nem tem a pele morena do pai, o narizinho não é o do tio e como grita não parece ter herdado a boa disposição do avô. Mas porque nós sabemos que amor de mãe é incondicional e eterno, ela pede que o deitem sobre o seu peito, jorram lágrimas de incontrolável alegria, e segreda-lhe ao ouvido, “amo-te, meu filho. Bem-vindo”.
O bebé idealizado na gravidez dá lugar ao bebé real com os caracteres que lhe são específicos. O vínculo que unia a mãe a um bebé imaginário, ajusta-se após o nascimento, ao bebé real.
Antea Gomes, nº 5 - 12ºC

domingo, 17 de janeiro de 2010

DEUS APESAR DE TUDO



" Escrevo estas páginas num mundo agitado por catástrofes naturais, que se interroga sobre o futuro do planeta e já não acredita no progresso.
Escrevo estas páginas numa Europa que assistiu ao confronto de todos os totalitarismos e viu calarem-se os profetas que anunciavam o mundo melhor.
Escrevo estas páginas quando há quem se mate em nome de Deus.
E no entanto... o futuro é também uma promessa. Porque o Homem tem um aliado nesta aventura: Deus, apesar de tudo. Para acreditar nele, não é preciso desfigurá-lo, afastá-lo dos homens, pensar que ele aprecia os sacrifícios e que o "pecado original" causou a desgraça do mundo.
A todos os que gritam e se revoltam, importa dizer que têm razões para gritar. E que Deus grita com eles contra o Mal, participa na mesma revolta. E que sofre porque não é todo-poderoso, nem quer sê-lo: se o fosse, não seríamos homens."

Jacques Duquesne, DEUS apesar de tudo, Edições Asa - Abril de 2008

ABSURDO


LUZ de ESPERANÇA e CORAGEM para o POVO do HAITI
O homem é dominado por um desejo de clarificação do mundo e da vida. Segundo Albert Camus, a vontade profundamente humana de tornar o mundo inteligível, de obter resposta a esse apelo, é constantemente defraudada pela realidade. Entre a nossa consciência e o mundo - que é cenário da nossa existência - existe um fosso intransponível. A realidade é "surda" às nossas perguntas. O sentimento do absurdo nasce deste confronto doloroso, deste face-a-face inconsequente entre o homem e o mundo. O silêncio cósmico é sentido como irracional.
Desejamos transparência e a realidade, o mundo no seu todo, é opaco (os outros homens parecem-nos estranhos e nós próprios somos enigmáticos e impenetráveis); queremos promover valores absolutos -liberdade, justiça - e, no palco do mundo, verificamos o malogro dessas aspirações. O mundo em que vivemos é um universo privado de claridade, de bondade, de sentido. A tragédia da existência, o sentimento de estarmos exilados neste mundo, é ilustrada de forma tremendamente dolorosa pelo sofrimento dos inocentes, sobretudo das crianças. Esse sofrimento inadmissível e incompreensível é a imagem mais atroz do mal.

Luís Rodrigues, Filosofia 11ºAno, Plátano Editora - p. 304

sábado, 16 de janeiro de 2010

AVIDA EM SOCIEDADE


Viver em sociedade é uma necessidade vital para o ser humano, uma vez que ninguém é feliz sozinho. Porém, precisamos de uma sociedade organizada e justa onde todas as pessoas saibam que há responsabilidades e limites.
Os valores dizem respeito à individualidade de cada pessoa, mas, também estão intimamente relacionados com o contexto social de cada indivíduo. O ser humano é um ser social por natureza, mas para vivermos na sociedade e sermos aceites por ela obriga necessariamente a um conjunto de normas e valores que a regem, tornando-nos por vezes pouco tolerantes e propensos a arranjar conflitos.
Nós somos a sociedade e fazemos parte dela, é nesse contexto que temos de construir e encontrar o nosso próprio "eu" em função do tempo, do espaço e das oportunidades que nos são dadas e dos modelos com que nos identificamos.
Mesmo tendo em conta todas estas regras de estarmos em sociedade, cada um de nós tem a sua própria identidade. Cada um tem uma forma peculiar de ver o mundo, de enfrentar as situações inesperadas, cada tem sua personalidade, formas de perceber os outros, de sentir, avaliar -se a si próprio e também os outros e avaliar também as próprias regras das instituições.
Na construção da nossa identidade é importante como vemos, como nos sentimos, como nos situamos em relação aos outros. Muitos fomos educados no sentido das nossas decisões dependerem da aprovação dos outros, fazemos as coisas pensando mais em agradar aos outros do que a nós próprios, outros pensam sempre neles próprios e só depois se lembram dos outros.
Isto são particularidades da nossa identidade, e a forma de estarmos em sociedade, depende muito da nossa identidade, e da forma como conseguimos perceber e respeitar a identidade das pessoas que estão ao nosso redor.
Só conhecendo bem a nossa identidade e respeitando a identidade daqueles que nos rodeiam, mesmo que diferente da nossa, é que podemos superar possíveis conflitos. Uma forma de superar os conflitos, será saber ouvir os outros. Por vezes acontece não estarmos de acordo com os outros, mas se soubermos ouvir e argumentar as nossas ideias, podemos chegar a uma forma de consenso, evitando um possível conflito.
Em suma, não será um defeito do homem ser propenso a possíveis conflitos, grave será esse mesmo homem não ser capaz de superar esses conflitos de uma maneira nobre.

Filipe Nogueira, EFA - Arcozelo das Maias

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MULTICULTURALISMO


No mundo actual, o respeito pelo direito dos povos à emigração é fundamental. No entanto, um povo tem que saber estar de acordo com as leis e regras de conduta. A verdade, é que temos hoje, um mundo economicamente globalizado, mas ainda assim, subsistem muitas fronteiras, muros e ideologias adversas.
O multiculturalismo, pode tornar-se uma pertença em termos de cultura, porque cada povo tem a sua forma de agir e viver. Hoje em dia, o respeito pelo próximo está muito aquém das expectativas, face ao egoísmo intenso em que o mundo vive. Portugal foi um país de emigrantes, actualmente esta evidência inverteu o sentido e, contudo não temos a mesma tolerância que outrora outros países tiveram connosco. Tratamos mal ou simplesmente ignoramos todo o tipo de cultura, porque achamos que temos o total direito e lealdade perante a nossa.
Assim, torna-se real a lealdade que no fundo temos com o nosso país de origem, a fidelidade criada é infinita e torna-se uma pertença em massa, ou seja, quando estamos fora do nosso país, agarramo-nos com fervor toda a nossa cultura, a tudo que é nosso, ao que nos pertence.
Enfim, o que é real, é que por vezes, a saudade espreita e o que nos faz vibrar, é simplesmente um ombro amigo, mesmo que este, sendo por breves momentos nosso, seja de uma raça e cultura diferente.

Sandra Ferreira / Sec A

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A PERCEPÇÃO


A informação poderá alcançar os nossos sentidos em bits e partes, mas não é assim que apercebemos o mundo. Apercebemos um mundo de objectos e pessoas, um mundo que nos bombardeia com totalidades integradas, não sensações desgarradas. Só em circunstâncias não habituais, ou quando desenhamos ou pintamos, atentamos nos traços individuais ou partes de estímulos; na maior parte das vezes, vemos objectos tridimensionais e ouvimos palavras e música.
A percepção é o estudo de como integramos a informação sensorial em percepções de objectos, e como depois usamos essas percepções para nos movermos no mundo. (...) O sistema perceptivo deve determinar: 1. que objectos estão em presença (maçãs, mesas, gatos...) e 2. onde se encontram esses objectos (à distância de um braço à esquerda, cem metros à frente...).

Atkinson, R; Psychologie, p.152 (Retirado do Dossier do Aluno -Psicologia B - 12º Ano, Porto Editora)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

VOAR....


Eu queria ser astronauta
o meu país não deixou
Depois quis ir jogar à bola
a minha mãe não deixou

Tive vontade de voltar a escola
mas o doutor não deixou
Fechei os olhos e tentei dormir
aquela dor não deixou.

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta ...e voar

O meu quarto é o meu mundo
o ecrã´n é a janela
Não choro em frente à minha mãe
eu que gosto tanto dela
Mas esta dor não quer desaparecer
vai-me levar com ela

Ó meu anjo da guarda
faz-me voltar a sonhar
faz-me ser astronauta....e voar

Acordar meter os pés no chão
Levantar e dar o que tens para dar
Voltar a rir,voltar a andar
Voltar, Voltar
Voltarei
Voltarei
Voltarei
Voltarei

Tim (Xutos e Pontapés)

sábado, 9 de janeiro de 2010

ADMINISTRAÇÃO DAS IMPRESSÕES


" O mundo todo é um palco, e todos os homens e mulheres são meros actores", observou Shakespeare. As pessoas controlam frequentemente as imagens que projectam, "administrando" gestos, expressões e tons de voz. Por vezes temos consciência do que estamos a fazer; outras vezes enfatizámos simplesmente uma faceta da nossa personalidade complexa. Os psicólogos chamam a esse fenómeno administração das impressões. Dependendo dos seus objectivos, as pessoas seleccionam entre as seguintes tácticas:
A persuasão destina-se a conquistar afecto, convencendo outra pessoa que se é atraente. O sedutor pode comportar-se de maneira que confirma a boa opinião que o outro tem, ou expressam concordância com os interesses, atitudes ou valores de alguém.
A intimidação cria a imagem de se ser perigoso, com o objectivo de se obter poder, despertando medo. Pais, professores e assaltantes de banco contam, até certo ponto, com essa técnica.
Com a autopromoção, as pessoas mostram-se competentes ou habilidosas em conquistar, em ganhar respeito. Admitir pequenas falhas pode aumentar a credibilidade. Uma variante, a auto-incapacitação, envolve apresentar antecipadamente desculpas, no sentido de se proteger contra futuras falhas. Um atleta pode parar de treinar antes de um evento importante a fim de
atribuir à falta de treino uma exibição fraca. Para amenizar resultados negativos, pessimistas defensivos fixam expectativas baixas e aumentam os seus esforços.
A exemplificação requer a apresentação de uma imagem de integridade ou moralidade para ganhar respeito ou produzir culpa: "Continuarei a trabalhar na hora do almoço, pois sei que quer que eu termine este trabalho." Os mártires e líderes que usam a exemplificação falam frequentemente do seu sofrimento.
A súplica envolve o anúncio de fraquezas de dependência: "Sou desajeitado"; "Tenho um problema nas costas". O suplicante pode estar a procurar compaixão ou a tentar livrar-se de uma tarefa indesejada.
Embora pareçamos confiar muito numa ou duas técnicas preferidas, provavelmente usamos todas as estratégias, podendo até utilizar várias simultaneamente.

Davidoff, L.L., Introdução à Psicologia, Makron, p. 638 (in Dossier do Aluno, Psicologia B - Ser Humano, Porto Editora)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ANOITECER


A luz desmaia num fulgor de aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora,
Tenho bençãos de amor pra toda a gente!
E a minha alma, sombria e penitente,
Soluça no infinito desta hora...

Horas tristes que vão ao meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Ó meu áspero intérmino Calvário!

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...

Florbela Espanca- in Livro de Soror Saudade

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

JORNAL ESCOLAR


Feliz Aniversário Factos e Fitas
O Jornal Factos e Fitas da nossa Escola está de parabéns. Completa dez anos de existência. Foi projectado pelo professor Francisco Matos que na altura era membro do Conselho Executivo. Considerava que faltava à Escola um jornal que lhe desse voz. "É assim como que o ponto de encontro de toda a comunidade escolar." Ainda em ideia foi depositado nas mãos das professoras Isabel Cunha e Raquelina Squilacce. Passo a passo foi crescendo, pautando-se pelos valores fundamentais, designadamente a tolerância e a imparcialidade. A professora Isabel Cunha esteve sempre na linha da frente, abraçando este projecto com a maior dedicação, empenho e profissionalismo, demonstrando a paixão que imprime em tudo o que faz. Os professores José Carlos, Cristina Lopes e Rita Félix, de forma incansável contribuiram para o crescimento deste projecto com sugestões, críticas e aspecto visual. Os alunos e toda a comunidade educativa (professores, pais e funcionários), têm colaborado activamente na perseverança da memória que ficou registada nas páginas do Jornal através de documentos, testemunhos, construindo assim, a História da Nossa Escola.
(Síntese do Editorial e do artigo de Francisca Pinhão -11ºB)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

RESILIÊNCIA


O termo resiliente tem origem na física e designa a resistência do material aos choques e à capacidade de uma estrutura absorver a energia cinética do meio sem romper. O termo foi aplicado em psicologia, a partir da década de 80, para designar os indivíduos que recuperam as suas energias depois de terem sofrido uma depressão. Contudo, hoje, a expressão resiliente aplica-se fundamentalmente às crianças que crescem em ambientes de privação e de risco ( exemplo: abandono, violência e maus-tratos) e que conseguem ultrapassar eficazmente os traumas vividos. Fogem ao ciclo de violência, ao fatalismo de criança que sofre violência, será um adulto violento, delinquente, socialmente desajustado.
(...) A resiliência, que é, no fundo, a capacidade de resistir à adversidade, é um processo, não um estado e, por fim, uma pessoa pode ser mais resiliente num momento da vida do que noutro. Léon Kreisler define deste modo resiliência: fazer face, sem fraquejar, a condições singulares de adversidade e de perigo, perceber os recursos materiais e humanos, proteger-se através do domínio de defesas físicas e mentais, distinguir e escolher os objectos de investimento afectivo e de apoio social, resumindo, encontrar em si os recursos de resistência e de uma adaptação durável e sã... tais são, resumidamente, as competências atribuídas à resiliência.

Ser Humano, Psicologia B - 12ºAno, (Livro do Aluno), Porto Editora

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010 ANO CHOPIN


Frédéric Chopin nasce a 1 de Março de 1810 na cidade de Zelazowa, perto da capital polaca. Comemoram-se portanto, em 2010, 200 anos sobre o seu nascimento. Por toda a Europa e em todas as partes do mundo haverá imensas iniciativas para festejar a efeméride. Na Polónia, o ano vai ser marcado por inúmeras manifestações culturais, culminando estas, em Agosto, com o Festival Internacional "Chopin e a sua Europa" e em Outubro com o XVI Concurso Internacional Frédéric Chopin.
A literatura para piano alcança com Chopin um nível até hoje não ultrapassado. As maiores obras-primas do compositor polaco revelam um lirismo ardente e apaixonado, uma intensa veia poética e sentimentos vigorosos (pois só aparentemente Chopin era «delicado»). Revolucionou a abordagem do piano por ter dado a este instrumento plena independência em relação à orquestra e, também, por lhe ter imprimido uma fisionomia muito própria, inconfundível. (...) Explorou de forma genial todos os recursos do piano existentes no seu tempo para criar obras de uma nobreza e uma elevação expressiva absolutamente incomparáveis. Baladas, estudos, improvisos, mazurcas, nocturnos, polonesas, prelúdios, scherzos, sonatas, valsas...Todos eles são verdadeiros poemas musicais, autênticas jóias que jamais deixarão de iluminar o espírito humano.
EditorialSol90 - Expresso

domingo, 3 de janeiro de 2010

QUE DIRIA SÓCRATES?



“Bebemos uma filosofia natural arcaica com o leite das nossas mães.”
W.V.Quine
Somos por essência seres filosóficos. Todos nos confrontamos, durante a vida, com questões filosóficas. Quem nunca se interrogou sobre a morte, a vida, o amor?
Ao sítio da internet Askphilosopheres, todos os dias chegam ecos destas e de outras questões, colocadas por milhares de pessoas de todos os cantos da Terra. Diversos filósofos ofereceram-se para responder, surgindo o projecto de organização num livro de núcleos de questões/ respostas filosóficas.
Que Diria Sócrates? é uma obra que resulta de várias perguntas filosóficas colocadas por pessoas desconhecidas e pelas respostas dadas por filósofos. Os núcleos de questões foram organizados em torno dos temas e problemas centrais da filosofia enunciados por Kant: que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? O que é o Homem?
Algumas perguntas são surpreendentemente originais, como aquela em que, um internauta interroga sobre o Nada. “Existe uma coisa que seja o nada? Podemos dizer que as meias estão na gaveta, ou que nada lá está. Mas, se é possível que nada esteja na gaveta, então o nada terá, de algum modo, de existir? Não se pense que o filósofo que deu a resposta a deu com subterfúgios. Com clareza e rigor lógico, Alexander Geoge, provou que em qualquer espaço dado, ou há uma coisa, ou não há uma coisa. Se não há lá coisa alguma, se nada lá está, isto não quer dizer que haja lá uma coisa, chamada NADA.
A última questão é aparentemente humorística e reveladora da ideia que se tem dos filósofos como pessoas complicadas e sonhadoras. “Porque transformam os filósofos perguntas aparentemente simples em questões tão complexas e confusas”. Alexander Geoge responde que uma pergunta simples não tem que ter uma resposta simples. A pergunta «Porque há marés?» é uma pergunta simples, no entanto uma boa resposta para esta pergunta é de facto complexa.
O Livro demonstra como a filosofia é uma actividade interessante, capaz de cativar o homem, desafiando-o a pensar melhor e a rever os pressupostos em que assentam as suas ideias. Mostra também que os filósofos não são homens alheados do mundo real. Eles formulam problemas, confrontam teorias e argumentos e são capazes, pelo diálogo, à semelhança de Sócrates, discutir directamente com as pessoas comuns.

Que Diria Sócrates? , Gradiva - Colecção Filosofia Aberta

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DIA MUNDIAL DA PAZ


Tema para este LXIII Dia Mundial da Paz de Sua Santidade Bento XVI - «Se queres cultivar a Paz, preserva a criação.»