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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Katársis II nº 3

KaTáRsiS anunciada no Blog de Rolando Almeida


Rolando Almeida, professor de Filosofia na Escola Secundária Gonçalo Zarco, na Madeira, teve a amabilidade de anunciar o blog da Katársis no seu já muito famoso blog "A Filosofia no Ensino Secundário". Passem por lá. É um blog com imensa qualidade.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Ainda sobre o documentário: “Uma Verdade Inconveniente”.


Cada vez mais, na nossa sociedade, em tudo o que nos rodeia, encontramos uma ou várias verdades não tão boas como a maioria das outras e que nos dá bastante jeito escondê-las, ignorá-las, fazer parecer que não existem. Mas também nos esquecemos que deixar para trás, passar por cima, é sinónimo de promovermos consequências, consequências estas que com o passar do tempo se vão agravando sem nós darmos conta!
Este filme, “A Verdade Inconveniente” trata de uma realidade bastante importante e preocupante nos dias que correm: o aquecimento global do Planeta Terra.
Todo o mundo está envolvido neste problema, mas nem “todo o mundo” está interessado nele, pelo menos em resolvê-lo.
Mas, a realidade do aquecimento global, infelizmente, é apenas uma no meio de outras tantas tão ou ainda mais preocupantes!
É claro que há excepções e há sempre pessoas preocupadas com estas questões, que fazem estudos, recolhem dados, analisam-nos e a partir disso informam o Mundo.
Mas também existe uma parte importante que para além de não se preocupar, ainda tenta esconder o problema. Será essa a melhor solução para a Humanidade? Valerá o trabalho desta minoria de pessoas para alguma coisa?
Na minha opinião, vale sempre o esforço. O ser humano é que deve tomar consciência do que estão a fazer ao seu planeta, a si mesmo. É imprescindível “abrir os olhos” para aquilo que nos rodeia. Mais tarde ou mais cedo temo que iremos olhar à nossa volta e apercebermo-nos do quanto temos feito de mal à nossa Terra e, nessa fase valorizaremos muito mais as coisas simples da vida. Um rio limpo, uma paisagem protegida e bonita, os espaços verdes serão muito mais valorizados do que agora!
E agora pergunto: porquê?
É simples a resposta. Daqui a alguns anos, se continuarmos a poluir, a estragar a natureza e o que de essencial é à vida todos aqueles espaços terão desaparecido.
Quem é o causador destas alterações ambientais como o aquecimento global que leva à subida da temperatura terrestre e que por sua vez leva à subida do nível das águas do mar?
É o Homem, são as suas actividades condenáveis. O degelo, o risco de ficarem zonas do mundo habitadas submersas é da nossa responsabilidade.
Saber que há quem pense que já cá não vai estar quando tudo estiver “mesmo mal” intriga-me e faz-me levantar duas questões com as quais termino: E se se conseguisse provar cientificamente que ainda cá estaremos todos quando tudo chegar ao “limite”, será que modificaríamos a nossa atitude dos dias de hoje? E será que ainda iríamos a tempo?

Elsa Lourenço 10.º B

A propósito do filme “Joana d’Arc”



O filme que vimos, intitulado de “Jean d’Arc”, demonstrava todo o desejo, garra, luta, de uma jovem guerreira que acabou vencida pela malvadez e pelo poder de quem não acreditou que ela seria enviada por Deus.
Esta história passou-se em tempos algo longínquos, na luta entre franceses e ingleses, na disputa pela conquista de territórios. Jean foi uma das poucas, ou a única, guerreira, e conseguiu levar centenas ou milhares de ‘soldados’franceses à vitória com os seus conselhos divinos.
Apesar das desconfianças, lá foram acreditando na jovem e fazendo o que ela indicava até ao culminar da sua esperada morte. Seria isto possível actualmente? Seriam centenas ou milhares de homens capazes de ser ‘dominados’, seguir os conselhos de uma mulher, que dizia ouvir a voz de Deus? E será a justiça actual, parecida com a executada naqueles tempos?
Creio que na Europa (cenário do filme), grande parte dos países já terão evoluído, ultrapassado esta fase (deixaram de queimar pessoas em fogueiras), mas nem tudo estará perfeito e coisas como a justiça e o poder são algo que poderá ser utilizado ainda para coisas que não serão nem legítimas por parte de quem as faz, apesar do seu poder, nem minimamente aceitáveis para alguém com o pleno domínio da sua consciência. Há pessoas que, ainda hoje se tentam aproveitar de outras dizendo que viram Deus, ou que foram enviadas por um ser superior. Talvez hoje não haja grandes dúvidas que são “charlatanices”, apesar de, como cristão, admitir a possibilidade de algum tipo de milagre.
Neste mundo, nesta Europa ou em qualquer país, existe um sem fim de atitudes ou acções discrimináveis, e punidas por lei, que antes seriam admissíveis, pelo menos para quem as praticava, e que obviamente eram erradas e iam contra o princípio de que a nossa liberdade acaba onde começa a do próximo. Penso que agora isso é absolutamente respeitado pela generalidade das pessoas.

Ricardo Batista – 10º B

O suicídio

Quantas vezes nos apetece desistir de viver, por coisas que quase sempre se resolvem, que passam e que morrem com o tempo.
Já alguma vez vos apeteceu pegar numa faca ou numa lâmina e cortar os pulsos? Tomar comprimidos em excesso? Saltar de um carro em andamento?... e simplesmente deixarmo-nos apagar, apagar a luz da vida, a razão do nosso viver.
É muito fácil desistir, é muito fácil perder, morrer, sofrer, chorar, desfalecer,... por isso se diz que o suicídio é muito fácil de concretizar mas, nada disto é fácil de embrenhar no nosso cérebro, pois ele quer sempre o melhor para o nosso bem-estar, a razão pela qual o suicídio é um acto de coragem num momento de fraqueza.
Parece irónico querer morrer em vez de lutar, pois às vezes a causa que nos mantêm unidos e que nos ajudam e apoiam parece quebrar-se. Mas, no entanto, o desespero, o pânico, o medo, o receio de acreditar na palavra dessas pessoas faz com que cometamos as maiores loucuras e somos levados pela corrente até à morte.
Nunca pensei desta forma, em desistir da vida, mas às vezes surge um pouco de obscuridade no meio da luz, que nos faz ficar tristes e pensativos. No início, estamos chorosos, mal-humorados, aterrorizados, assustados, amedrontados... e o nosso consciente começa a levar o nosso pensamento para formas fáceis de nos matarmos.
Mas não é o fim! Lutem pela vossa vida, pela razão da vossa existência, pelo sabor da liberdade, lembrem-se que ainda temos muito para aprender, conhecer e experimentar.
Já dizia Sophia de Mello Breyner, uma importante escritora literária, que a vida é como uma estrada que devemos percorrer sem nunca olhar para trás, e mesmo que esta acabe, no princípio do abismo, não devemos desistir e cair, mas sim agarrarmo-nos com toda a força que nos resta ao ramo ou à liana que encontrarmos.
A vida, penso que é um dom que Deus nos deu, e que devemos usufruir dela da melhor maneira, a mais difícil, e dolorosa, mas com a melhor recompensa se nos esforçarmos e fizermos tudo por alcançá-la e merecê-la.

Adriana Soares nº1 10ºB

Poesia

As disciplinas

Temos Português
Para cultos podermos estar
Nunca dar erros
E a gramática respeitar.

Na matemática
Há funções e vectores
Se não os perceber
A cabeça fica com dores.

A Filosofia
É a arte de pensar
Se reflectir bem
Não irei reprovar.

Na língua estrangeira
No meu caso, o Francês
Gosto da disciplina
Porque é parecida com o Português.

Na Biologia
Dos seres vivos gostei
Mas não o sei da Geologia
Porque ainda não acabei.

Da Físico-Química
Das actividades estou a gostar
Só espero que estas
Não cheguem a acabar

Carlos Pereira nº3 10ºA

Os Direitos do Homem e a Pena de Morte


Completar-se-ão a 10 de Dezembro do presente ano, 60 anos da existência da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O seu preâmbulo começa assim:
“considerando que o reconhecimento de dignidade inerente a todos os membros da família Humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, de justiça e de paz no mundo; considerando que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do homem conduziram a actos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade (…); considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações (…), a Assembleia Geral proclama, a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem, como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos (…)”.
De entre os direitos que esta declaração proclama, um daqueles que poderemos considerar como fundamentais será aquele proclamado no artigo 3.º da declaração que proclama o direito à vida: “Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”.
Nomeadamente, um membro representante de Santa Cruz do Chile, ao longo do trabalho de elaboração da Declaração referiu que o artigo 3.º continha a essência da Declaração! De que serviam os direitos sem o direito à vida?
Houve mesmo quem referisse que o direito à vida era tão óbvio (pois a declaração apenas se aplicava àqueles que estavam vivos) que não haveria necessidade de o incluir.
De entre uma multiplicidade de questões, este artigo leva-nos a questionar: que direito têm à vida aqueles que privaram outros dessa mesma vida? Isto é, que direito têm à vida os assassinos, os violadores, homicidas, “monstros” da nossa sociedade que fria e calculadamente tiram a vida a outrem?
O objectivo deste texto não é tomar uma posição sobre o tema, mas antes colocar o problema nas suas várias perspectivas: a perspectiva do condenado e seus entes mais próximos; a perspectiva da vítima ou dos seus entes próximos; a perspectiva daqueles que, de fora, vêm mais friamente, e isentos da influência de circunstância, a atitude do condenado e o sofrimento da vítima!
Assim deixo duas questões:
Porquê a pena de morte?
Porque não a pena de morte?
A pena de morte existe desde a antiguidade, e como diz W. Schabas, pode ser vista desde 1750 a.C.!
Um dos mais antigos pensadores gregos, Sócrates, perdeu a vida nas “garras” da pena de morte. Platão, discípulo devoto de Sócrates, fará da pena de morte um dos seus temas na medida em que ficou marcado pela morte do seu mestre.
Durante a Idade Média, a pena de morte era caracterizada por uma particular brutalidade.
As legislações antigas impunham a pena de morte em casos graves, acompanhado de tormentos e mutilações! Assim executada publicamente, as modalidades eram indiscutivelmente bárbaras, por. Ex., a fogueira, o esquartejamento, a roda, o empalamento, a imersão, o garrote, o esmagamento, …
A forca e a decapitação eram formas simples de execução, a primeira destinada aos nobres, a segunda para ladrões, homicidas…
Leon Tolstoi[1] após assistir a uma execução em Paris, em 1857, escreveu:
“Quando vi separar-se do tronco a cabeça do condenado, caída com sinistro ruído no cesto, compreendi, e não com a razão mas com todo o meu ser, que nenhuma teoria pode justificar tal acto.”
O homem vive em sociedade, em comunidade! Deste modo a importância dos Direitos do Homem, universais, é óbvia!
A vida em sociedade exige que se saiba viver em sociedade, de modo civilizado. No entanto a história mostra que nem sempre isto se verifica! A 1.ª e 2.ª Guerra Mundial são exemplos claros de prepotência do homem, da ambição, da barbaridade, da crueldade, da falta de respeito pelo seu semelhante!
Assim, para que esta seja uma realidade com um fim à vista há que tomar consciência de que os direitos humanos devem ser por todos respeitados a fim de promover o bem de todos.
A pena de morte surge como resultado de uma violação dos direitos do homem! Foi porque alguém violou os direitos de outro que se vê numa situação de condenado. Portanto, podemos concluir que a solução para tão difícil problema é simples na sua dificuldade, ou seja, promovendo e agindo numa atitude de respeito pelo outro, pelos seus direitos, só assim todos viveremos livremente!
A questão que fica em aberto é: será algum dia o homem capaz de viver numa atitude de respeito pleno pelos direitos humanos?

Júlia Lopes (Profª de Filosofia)


[1] Leon Tolstoi – escritor russo – 1829.1910.

A palavra desistir….

Nunca devemos desistir daquilo que queremos.
Nunca devemos abdicar dos nossos interesses, pois dessa forma podemos perder tudo aquilo que temos e que queremos ter. Se de facto desejamos alcançar alguma coisa, a palavra desistir não deve constar no nosso dicionário. Devemos ter sempre um pouco de ambição nos nossos interesses pessoais. Por exemplo, se um estudante teve uma fase menos boa na sua vida, como andar a tirar más notas, não é motivo para ir abaixo, porque ainda vai a tempo de recuperar. Nunca deverá desistir daquilo que é primordial como objectivo na sua vida: os estudos. Se bem que nem sempre o nosso “apetite” é significativo, temos que pensar que se andamos na escola é porque temos algum objectivo pela frente, como menos bons, mas nestes últimos não podemos deixar-nos ir abaixo. Temos de pensar que ter uma atitude positiva é meio caminho andado para atingir aquilo a que nos propusemos. Agora que cada vez mais existem novas oportunidades para os estudantes, devemos pensar se queremos mesmo desperdiçá-las, pois um ano perdido é sempre um ano de atraso, em todos os aspectos relativos ao futuro. É um ano mais tarde que terminamos, são oportunidades de emprego que desaparecem, bem como muitos outros exemplos para além destes, que nos demonstram que nunca devemos desistir. Quem desiste daquilo que quer é porque não tem força de vontade e, dessa forma, acaba sempre por apanhar apenas a última carruagem… Durante toda a nossa existência certamente irão surgir múltiplos problemas que não conseguimos evita. Todavia há que lutar contra as adversidades, pois só dessa forma as conseguiremos ultrapassar.

Joana Dias – 10º A

Quem sou eu?



Esta talvez seja a pergunta que toda a gente faz a si própria quando nos surgem dúvidas acerca do nosso ser e eu como adolescente assumida, não sou excepção.
Sou uma rapariga de 15 anos que gosta de apreciar a vida como ela é e não gosta de muito “stress” à sua volta. Sou adepta da boa vontade e para mim gente mal intencionada não faz parte do meu “rol” de amigos. Por outro lado, sou amiga do meu amigo e não aceito injustiças, seja a que nível for.
No meu ponto de vista, o ser isto ou aquilo pouco me importa, apenas quero existir em cada dia e não tenho meta de chegada, pois cada dia deve ser único, próximo dos que gostamos e dos que por ventura possamos vir a gostar. O meu futuro, como o de todos os outros, é incerto e, como tal, quero tornar reais os meus sonhos.
O meu objectivo é sentir lufadas de ar que a vida me proporciona e aproveitá-las para refrescar os meus momentos diários.
Concluindo, o meu nome é Patrícia e faço desta pergunta o meu dia-a-dia, já que a adolescência só me abre as portas da interrogação, mantendo as janelas das respostas entreabertas.
Patrícia Lino – 10º A

Xadrez

“ A vida é um jogo e um jogo tem sempre dois fins: ou se ganha… ou se perde.”

Há quem diga que num jogo não é importante vencer ou perder, que o mais importante num jogo é… simplesmente jogar! Então qual é o propósito de um jogo? Não será testarmos a nossa capacidade de luta? Se estamos neste mundo para perceber se iremos perder mais do que vencer, ou vice-versa! Não será a nossa própria vida um jogo? Se pensarmos que para haver um vencedor terá de haver um vencido… então estamos no sítio certo…, no sítio que o homem identificou como Terra, Mundo!
Será que já alguém se questionou, uma vez que ao nascermos pertencermos já a esta sociedade, se queríamos ter um número que nos identificasse, se queríamos pertencer à mesma religião que os nossos pais ou conhecidos nos transmitiram? Quem somos nós, afinal? Que padrão nos foi passando de geração em geração para sermos semelhantes? Estamos nós a viver a vida de alguém? Será que a nossa decisão é verdadeiramente livre? São inúmeras as questões para as quais não há uma resposta objectiva. Por exemplo, quando tomamos consciência da vida social, das opções religiosas já estamos imbuídos de toda uma cultura que nos condiciona na forma de pensar e agir. Por outro lado, as nossas escolhas talvez não sejam verdadeiramente livres, pois somos influenciados determinantemente pela nossa cultura.
Na vida somos identificados muitas vezes não como pessoas, mas como objectos, somos colocados em prateleiras para depois sermos escolhidos..., mas por quem? Quem é que nos obriga a sermos assim para depois podermos entrar nas escolhas, que padrão é esse que tenta atingir a perfeição em cada geração que passa, que monstro é esse que nos vai obrigando a acreditar que a vida é só para os vencedores, que um dia deixará de existir vencidos. E, se esse dia chegar, o que será de nós depois de sabermos que somos sempre vencedores?
Nós somos o próprio espelho…, nós somos a sombra que tentamos fugir…, nós somos a verdade da própria mentira da nossa existência!
Fomos nós que criámos este padrão, e que com o passar dos tempos ficámos obcecados pela própria obra… da magnífica obra dos humanos…, o culminar da perfeição! Brincamos como as crianças…, destruímos para fazer de novo! É esse o nosso maior desejo…, a nossa maior vontade, é o que nos faz acreditar no amanhã…, naquilo que nos faz viver o dia seguinte.
Se ninguém pede ou implora para vir ao Mundo, então porque razão teremos de fazer parte desta humanidade? Alguns de nós vieram ao mundo pelo simples prazer dos nossos pais, de dizerem que têm um filho, porque é esse o padrão da sociedade!
Parece também ter de haver uma idade para tudo o que fazemos… casamento, filhos, mas em que idade é que nos vamos aperceber que tudo isto não passa de uma mentira, que na vida há algo mais para além disso?
Todos os dias pensamos como viver e às vezes como sobreviver. Todos os meses temos objectivos a cumprir, usando o dinheiro para pagar a nossa felicidade. Todos os anos temos o mesmo objectivo, isto é, que o próximo ano seja, pelo menos igual ou melhor que o anterior. Sempre, mais… sempre, melhor! Nunca estamos bem, nunca estamos satisfeitos! E pergunto eu: será que alguém com setenta anos e que caminha a passos largo em direcção a um fim de ciclo, quando olha para o caminho já percorrido e se apercebe que quase tudo o que fez ou tentou fazer se sente realizado? Não fará tudo parte de um padrão já pré-definido? Não será esse o padrão que nós por vezes resignados e cansados de lutar chamamos de… destino? Não será a coincidência, acção/reacção, ou seja, não será que colhemos o que semeamos?
Todos nós somos jogadores, jogamos (vivemos) um jogo como o xadrez, com regras, mas também com jogadas incertas e imprevistas que nos transmitem a atracção e o entusiasmo pelo viver. Somos como figurantes no filme da vida, em que todos somos actores, realizadores, espectadores, críticos e todos nós fazemos parte de um filme em que o “fim”… é cada um de nós!

Pedro Lopes – 10ºAno Na

Indiferença à Violência

Choca-me a forma como as crianças e os jovens de hoje encaram o sofrimento dos outros e a violência, já que a escola é o reflexo da sociedade em que vivemos. Será só por sermos latinos? Ou algo mais se esconde nesta atitude?
Alguém (um aluno) me perguntou um dia, algures numa turma. –“O filme tem mortes? Se não tem mortes, não queremos ver.”
A forma como os adolescentes lidam com o sofrimento físico dos outros é quase cruel. Fico estupefacta com a reacção da turma quando algum dos colegas se magoa, pois reagem de modo inesperado, riem-se, transbordam de alegria, ficam completamente eufóricos como se assistissem ao espectáculo mais cómico do mundo. Não respeitando o sofrimento do outro. Será que rir do mal dos outros é um comportamento instintivo? Ou o facto de seremos constantemente bombardeados com cenas de violência através dos meios de comunicação social, principalmente através da televisão, do cinema e da Internet, nos torna insensíveis?
O famoso e polémico “caso do telemóvel”, parece ter-nos chocado, tal como o sequestro e a agressão de uma jovem nos EUA por um grupo de outros jovens que colocaram as imagens na Internet, também o carjacking e a Al-Qaeda são sinais do tempo.
Vivemos num tempo em que a realidade se transformou num qualquer jogo de computador e se sente como ficção e a virtualidade se transfigurou em realidade, ou no lugar por excelência do quotidiano.
Estranho e perigoso este jogo entre ficção e realidade, factos e virtualidade que transforma os valores e os cérebros das nossas crianças e jovens, fazendo-os confundir bonecos com pessoas.
É impressionante a forma apática e gratificante com que lidam com a brutalidade dos meios audiovisuais que se encontra espelhada no gosto vulgarizado e intenso por filmes de terror, magia, sobrenatural e ficção científica, pouco formativos, sem valores e sem conteúdo.
O noticiário televisivo tomou o lado da negatividade, do sensacionalismo, do impacto, da brutalidade, o que de tão repetido, provavelmente nos torna a todos indiferentes aos sentimentos do outro, à banalização do sofrimento humano e nos conduz à aceitação progressiva do inaceitável.
Transmitir cenas de guerra, sequestros e execuções, em directo de preferência, é algo de repugnante, degradante e tremendamente desumano.
Que valores queremos para os nossos jovens? Que tipo de sociedade estamos a construir? Será que caímos de modo desenfreado nas garras da violência?
Hoje que tanto se fala da defesa dos direitos dos animais, e acho que devem ser protegidos (não às touradas e espectáculos afins), ofende-se a cada passo a dignidade humana, expondo gratuitamente o sofrimento de pessoas, pois já não nos convencem com palavras mas perante uma imagem caem por terra os argumentos. Vivemos seguramente na era da imagem e quanto mais chocantes melhor porque as pessoas já ultrapassaram qualquer limite.
Contudo, não transformemos “o homem no lobo do homem” mas eduquemo-lo para o respeito pelo outro, a compaixão, a amizade, o companheirismo…É difícil, pois o individualismo é feroz e a competição está instalada. Cabe-nos a todos fazer alguma coisa se queremos uma sociedade mais pacífica, tolerante e solidária. Fica o convite! Dado que um indivíduo nada pode contra a sociedade ou as instituições.

Mª Isabel Soares

Homem Irracional

Domina em ti a razão
Ou a paixão?
És senhor de ti
Ou escravo de impulsos?
Onde está a tua força?
Na pura e fria razão
Ou no calor do teu coração?
Ser homem, humano.
O que é? Como te defines?
Rei da criação
Ou processo casual da evolução?
Conheces o bem, mas não o praticas.
Fazes o mal e sentes prazer.
Que enigma és, oh! Homem.
É impressionante a força e a fraqueza
Que brota dentro de ti.
Terás destino ou serás livre?
Tu que te sentes tão seguro de ti mesmo.
Não passas de um simples mortal.
Apesar da tua magnifica obra.
Afinal, és tão pequeno e mesquinho
Como qualquer outro animal.

És simplesmente homem, não divino.
Desejo de imortalidade, domínio e juventude eterna,
São as tuas ambições.
É pelo sonho que caminhas,
E apesar das quedas
Não desistes, a persistência é o teu forte.
Finges ser livre e bafejado pela sorte,
Mas reconheces-te cativo da ignorância e do mistério.
És simplesmente humano indefinido,
Ou um caminhante inconcluso!

Mª Isabel Soares

sábado, 26 de abril de 2008

Ensaio

S. Freud afirmava que o ser humano é o resultado de uma evolução psicossexual. Será a sexualidade uma dimensão central do desenvolvimento humano, ou esta perspectiva freudiana é meramente um exagero?

A sexualidade uma dimensão central do desenvolvimento humano

Na minha opinião, a sexualidade tem um papel central no desenvolvimento do ser humano. A perspectiva freudiana que diz que o homem é o resultado de uma evolução psicossexual não é, de todo, um exagero.
Só ao longo do desenvolvimento psicossexual é que se vão desenvolver ou se vão atrofiar determinadas características masculinas e femininas, que irão formar um conjunto – a personalidade do indivíduo.
A sexualidade tem influência em vários níveis do desenvolvimento do ser humano. Esta é um dos núcleos estruturantes e essenciais da personalidade humana, que não se reduz a alguns momentos e comportamentos, mas é, pelo contrário, um complexo que se integra na globalidade do desenvolvimento da pessoa. A sexualidade apresenta-se, assim, como um factor importantíssimo no que toca ao desenvolvimento de uma personalidade.
Ela tem uma dimensão biológica, evidente na diferenciação sexual, nos mecanismos de reprodução, no crescimento e nos ciclos de mudança e aparência física. Tem, também, uma dimensão psicológica (que engloba a afectividade), que se exprime no conjunto de emoções e sentimentos que proporciona, na sua evolução com a maturidade e a experiência, na influência sobre a auto-estima, na variedade das suas expressões afectivas e no sentido em que proporciona segurança e comunicabilidade interpessoal. Nesta relação situa-se a dimensão social da sexualidade, uma vez que os encontros e desencontros de uma relação contribuem para amadurecer, em cada homem ou mulher, dinamismos de doação, de entrega e de abertura aos outros e ao mundo. Há também uma dimensão ética na sexualidade: a ética regula a forma como os indivíduos compreendem e vivem a sua sexualidade, mediando as decisões pessoais nas relações com os outros e na construção de valores morais e pessoais.
A construção da sexualidade abrange o que significa "ser menino" ou "ser menina", homem ou mulher numa dada cultura; a manifestação dos sentimentos, a maneira de ver o mundo, que acaba por reflectir as estruturas cognitivas e afectivas construídas ao longo do processo de desenvolvimento.
Então, conclui-se que o que promove a vida promove a pessoa em si, cuja expressão maior de vida é a sexualidade.É por todos estes motivos que fica claro que a sexualidade não se afasta nem um pouco do desenvolvimento do ser humano. Ela insere-se numa dimensão central do mesmo e influencia-o de uma maneira enorme.

Por: José Luís Lopes 12.ºB N.º7

Ensaio

Será o Homem um produto da razão ou um produto do desejo?
“Homo Eximias”

O título que dei a este texto: “Homo Eximias” (em português: pessoa extraordinária) leva-me sem dúvida para uma reflexão profunda sobre a pergunta colocada: “Será o Homem um produto da razão ou um produto do desejo?”. Será que existem pessoas extraordinárias? Este conceito de extraordinárias que coloquei no título pretende levar-nos para uma dimensão de perfeccionismo, de comparação entre pessoas (mais adiante abordarei este ponto)! Contudo este conceito de “eximias” é bastante subjectivo. Ao longo deste texto irei expor o meu ponto de vista acerca do tema principal falando da razão e do desejo e também deste perfeccionismo que queremos encontrar nas pessoas mas que muito dificilmente o conseguiremos.
Ao desfolhar o dicionário: por acaso ou intencionalmente, reparamos, entre outras palavras, que temos o significado de “desejo” e de “razão” (como é óbvio são as palavras importantes para este tema). “Desejo” é definido como o acto ou efeito de desejar; vontade; apetite; inspiração. Por sua vez, a palavra “razão” é definida como a faculdade de bem julgar, isto é, de discernir entre o bem e o mal; raciocínio; motivo; justificação. Todos nós sabemos que existem homens que são produto apenas da razão.
Outros, por outro lado, são apenas produtos do desejo mas temos outros ainda que são um produto de ambas (e estas para mim são, neste tema, aquelas pessoas que considero “perfeitas”, que comparadas com as outras são as tais “Homo Eximias”).
As pessoas que são produto da razão são aquelas que passam a vida a ver o que é bem e o que é mal, a dizer que não fazem isto porque (…) e que nunca iriam aquele lugar dado que (…). As pessoas que são apenas produto do desejo, são as mais maquiavélicas, aquelas que não olham os meios para atingir os fins e que são capazes de pisar tudo e todos para conseguirem ter o que querem. E por fim ainda há aquelas, tal como referi atrás, que sabem, que usam a razão e o desejo como acção recíproca, que sabem que se desejarem têm de “ver” o ponto de vista da razão e vice-versa.
Sem dúvida aquelas que são um produto do desejo são as que suscitam mais dúvidas e que por mim podem estar longe. Mas cada vez mais se vê que as pessoas já não ligam nenhuma a quem as ajuda. Estamos a chegar a um tempo em que “quanto mais mau melhor”. Nem todas as pessoas pensam assim mas algumas já seguem esse caminho. Mais vale ser apenas um produto da razão do que do desejo. Mais vale deixar coisas por fazer porque isso é que é correcto do que simplesmente estragar a vida com coisas fúteis que nem nos fazem andar nem desandar. Contudo a maioria das pessoas sabe ter uma porção q.b. da razão e do desejo ao mesmo tempo. E por isso neste campo são as tais pessoas perfeitas como já referi. Mas quando aqui estou a falar em pessoas perfeitas (que totalmente não existem), estou a fazer uma comparação entre estes três “tipos” de pessoas. O Homem é sem sombra de dúvidas uma multiplicação de estados e momentos que se repercutem nos seus comportamentos, por vezes guiados pela razão, outras vezes guiados pelos desejos e outras vezes ainda guiados por ambos.
Em suma, o importante é desejar para podermos pensar e vice-versa e sonhar, sonhar e sonhar, porque sonhar permite-nos “viajar e vermos, e aprendermos o que queremos aprender “ para que depois possamos decidir sempre som a consciência do que estamos a fazer e bom para nós e para os outros.

Ana Paula Sousa Tavares
Nº5 12ºA

Saudade

Parece que nasce um peso cá dentro e não conseguimos explicar, não conseguimos porque não soltamos sequer um ai.E suspiramos.Vemos o mundo lá fora e parece que não nos é nada, que não foi aqui que nascemos, como se nos tivéssemos perdido no caminho para casa.E … lembramo-nos dos outros, de nós, de como os outros eram, de como nós éramos. Às vezes temos saudades dos outros, dos que deixámos para trás e dos que nos deixaram. Dos que fizeram questão de nos provar que nada é eterno e que mesmo os mais próximos mais cedo ou mais tarde se afastam e nos desiludem. Às vezes temos até saudades daquilo que já fomos. Passamos em frente ao espelho e bloqueamos o tempo, corremos memórias de nós próprios, e queremos por vezes, mesmo que por escassos momentos, regressar atrás. Fugir para o passado, só para ter o prazer de também dele fugir.E … suspiramos.Às vezes nem damos conta do tempo a passar e quando percebemos certas coisas já é tarde demais para regressar. Mas porque é que o tempo não pára quando nós queremos que assim seja?Sentimos saudade do sol, da chuva, da lua escondida, do amigo que nunca mais deu notícias, do café que aquela pastelaria servia, e guardamos memórias, bilhetes de cinema, de comboio, e fotografias, montes e montes de fotografias porque sabemos
que cedo ou tarde o tempo apagará a memória e já nem a saudade nos deixará sentir.E … voltamos a suspirar.Sentimos saudade de paixões, e de tudo o que já nos fez antes vibrar, viver e explodir em emoção.Sentimos saudade do “amor” e mais parece que é o próprio amor que sente saudade de nós. Sentimos saudade até de sentir saudade. E, por vezes, parece que sentimos saudade do que nunca vivemos, do que nunca tivemos. Até o sentimos pelo que já nos fez sofrer, mas só porque em tempos nos fez sorrir. Damos o último suspiro, e uma vez mais, sentimos saudades da vida.

Ana Arêde Nº 5 10ºB

Quem sou eu?

Esta talvez seja a pergunta que toda a gente faz a si própria quando nos surgem dúvidas acerca do nosso ser e eu como adolescente assumida, não sou excepção.
Sou uma rapariga de 15 anos que gosta de apreciar a vida como ela é e não gosta de muitos “stresses” à sua volta. Sou adepta da boa vontade e para mim, gente mal intencionada não faz parte do meu “rol” de amigos. Por outro lado, sou amiga do meu amigo e não aceito injustiças, seja a que nível for.
Para mim o ser isto ou aquilo pouco me importa, apenas quero existir em cada dia e não tenho meta de chegada, pois cada dia deve ser único, próximo dos que gostamos e dos que por ventura possamos vir a gostar. O meu futuro, como o de

todos os outros, é incerto e, como tal, quero tornar reais os meus sonhos.
O meu objectivo é sentir lufadas de ar que a vida me proporciona e aproveitá-las para refrescar os meus momentos diários.
Concluindo, o meu nome é Patrícia e faço desta pergunta o meu dia-a-dia, já que a adolescência só me abre as portas da interrogação, mantendo as janelas das respostas entreabertas.

Patrícia Lino – 10ºA

Poesia


Eco


A voz dita atrás das grades
É apenas um eco
Ânsia querendo a liberdade,


As grades essas
Quebram-se
Com asas brancas….


Mas, o espaço?


Anabela Bacêlo

Problemas de Lógica

Resolução dos problemas do número anterior
1 - O argumento a seguir apresentado é falacioso.
A lei deve estipular uma percentagem mínima de mulheres nos cargos políticos, repartições e empresas. Os homens dominam praticamente todos os cargos importantes. Só uma sociedade discriminatória o pode suportar. Não fazermos nada para alterar esse estado de coisas é inaceitável.
Mostre que a conclusão apresentada pelo argumentador, com a qual até pode concordar, não é a conclusão que ele pretendia tirar.
Podemos concluir, com o argumentador, que a nossa sociedade é machista sem termos de aceitar que a discriminação positiva que ele propõe é a solução. O facto de a nossa sociedade ser machista não se segue que q discriminação positiva seja a melhor solução, pode até gerar mais discriminação. Esta falácia designa-se vulgarmente de falácia da Conclusão Irrelevante (ignoratio elenchi) que consiste em um argumento provar uma coisa diferente da pretendida.

2 - Epiménides, poeta cretense do século VI a.C., afirmou: «todos os cretenses são mentirosos». Ora, atendendo a que ele próprio era cretense, será o enunciado verdadeiro?
Admitamos que o que Epiménides disse é verdade; daí segue-se que todos os cretenses são mentirosos; logo, o que ele diz, porque é cretense, é falso. Logo, se o que ele diz é verdade, é falso. Estamos perante uma afirmação auto-refutante.
Se admitirmos que o que Epiménides disse é falso, não somos forçados a concluir coisa alguma; não se segue que o que ele disse é verdadeiro. Se o que ele disse é falso, a negação do que ele disse é verdade. A negação do que ele disse é “Alguns cretenses não são mentirosos”. Ora, não há qualquer problema em admitir que Epiménides é cretense e que alguns cretenses não são mentirosos.

PROBLEMAS DE LÓGICA

1- Mostre o que está errado com a seguinte definição:
“A maçã é algo vermelho e redondo”.

2- Tome-se a seguinte frase: “Esta frase é falsa.” Será esta frase verdadeira?

GLOSSÁRIO DE FILOSOFIA

Absurdo
1. Uma frase declarativa sem valor de verdade (sem sentido). 2. Uma falsidade óbvia.

Argumento
Conjunto de proposições em que se pretende justificar ou defender uma delas, a conclusão, com base na outra ou nas outras, a que se chamam as premissas. Por exemplo: o aborto não é permissível (conclusão) porque a vida é sagrada (premissa).

Contra-exemplo
Um exemplo que refuta uma proposição universal. Por exemplo, a existência de um lisboeta infeliz refuta a proposição expressa pela frase "Todos os lisboetas são felizes".

Contratualismo
Em filosofia política chama-se contratualista a qualquer perspectiva que defenda que o estado tem origem num contrato social celebrado entre pessoas livres.

Dilema de Êutifron
Dilema apresentado pela primeira vez por Platão no diálogo Êutifron. Este dilema é um argumento contra a teoria dos mandamentos divinos. Podemos introduzi-lo através de uma pergunta como esta, onde X é um acto como matar, roubar ou mentir: X é errado porque Deus pensa que X é errado ou Deus pensa que X errado porque X é errado? Se optarmos pela segunda hipótese, concluímos que a teoria dos mandamentos é falsa, porque estamos a presumir que certas coisas são erradas independentemente do que Deus pensa sobre elas. Se optarmos pela primeira hipótese, temos de concluir que se Deus considerasse bom fazer coisas como matar, roubar ou mentir, então seria bom fazer essas coisas. Esta hipótese implica implausivelmente que a ética é arbitrária.

CURIOSIDADES FILOSÓFICAS

Quando numa ocasião perguntaram a Santo Agostinho que fazia Deus antes de criar o mundo, este respondeu contrariado: “Estava a criar um inferno para as pessoas que fazem perguntas como esta”.
Esta é uma curiosidade com grande humor filosófico. Divirtam-se e reflictam.

Poesia


SOFRIMENTO DE ESCRITOR

Para escrever
é preciso sofrer.
O sofrer real ou o sofrer fingido.
É do sofrer que saem da pena
aqueles caracteres mágicos
que expressam o sofrimento de quem escreve
e aumenta o sofrimento de quem lê.
Não há escrita sem sofrimento.
Então para quê a escrita
se nos faz infelizes?
É que só da infelicidade damos valor à vida.

António Paulo Gomes Rodrigues
17/03/2008

Poesia


ESCURIDÃO RUBRA

Escurece…
A luz que iluminava o fundo do meu túnel está a extinguir-se;
o verde dos meus olhos, a noite vai-o roendo
dando lugar a um negro de lágrimas enferrujadas, daquelas grades que
muram a minha existência.
Uma cadeira, as grades e uma cadeira
assim me encontro, condenado a assistir ao escurecer interminável da
minha existência.
Quando pequeno
as noites ainda era iluminadas pela luz ténue das estrelas e pelo
tremeluzir opaco da lua.
Agora, nada!...
Agora a noite cai sobre mim como uma noite completa.

António Paulo Gomes Rodrigues
15/06/1988

LIDO E REGISTADO



A MORTE

A morte é um objecto filosófico paradoxal. Num sentido ela não é nada – um grande vazio; não há, portanto, nada a dizer, nada a temer. Noutro sentido, ela é tudo. Afecta sem remissão a totalidade dos seres vivos, e o homem, isolado no seu rochedo, sabe que é mortal. Como nenhuma outra, a existência humana está encoberta por esta sombra inexpugnável.
Logo que penso na morte, nada mais me ocorre senão esta lei comum a todos os organismos que faz com que a vida, se acabe ao fim de um determinado lapso de tempo. Trata-se, num dos limites da escala, do efémero ou do bômbice-da-amoreira, que não vivem mais do que algumas horas, nunca mais do que um dia, ou, no outro limite da escala, do embondeiro, do teixo ou do pinheiro, que podem viver alegremente vários séculos, o ser vivo, homem incluído, está sempre condenado a desaparecer. A morte não é uma passagem sabe-se lá para que região supra-sensível ou etérea, mas o fim irrevogável da existência, uma muralha insondável contra a qual o ser vivo se pulveriza.
Como qualquer organismo, o homem é mortal por natureza. É a lei do ser vivo. Tudo o que vive perece, inelutavelmente. Considerada assim, a morte é um mal indubitável, uma vez que apaga o ser em proveito do nada. E não me parece que possa haver maneira de a tornar amável, a não ser que ela permita evitar um mal maior ainda. Pode acontecer que eu me sacrifique se a minha morte permitir que outras vidas sejam salvas. Pode acontecer que eu decida pôr fim aos meus dias se a vida se tornar insuportável. De resto, no quadro da vida vulgar, parece-me difícil imaginar algo que torne a morte desejável, de tal maneira que se um génio maligno, em cada manhã, ao nascer do Sol, me deixasse escolher entre morrer ao anoitecer ou no espaço de um ano, eu optaria sempre pela mais longa continuidade da vida: no que me diz respeito, eu escolheria continuar a viver indefinidamente, adiando sempre a hora da minha morte, tão longe quanto possível do meu presente.
As relações entre a vida e a morte podem, pelo menos parece, ser abordadas de duas maneiras. À primeira vista, podemos considerar que a vida e a morte são estranhas uma à outra por natureza e estão constantemente de costas voltadas, sem coexistência possível. Pode bem acontecer que um dia venha a encontrar-me num hospital numa situação desesperada, no último fio, que, por muito ténue que seja, me manterá vivo. À semelhança do ser e do não-ser, a vida e a morte não admitem graus, designam dois universos não miscíveis e sem matizes, perfeitamente estanques.
Mas também podemos considerar, pelo contrário, que a morte e a vida, longe de se oporem, estão intimamente ligadas e que, de certo modo, a morte se inscreve no coração da vida. Não só porque cada dia que passa é um dia a menos para viver, mas também porque cada dia que passa se aproxima um pouco mais da morte. Nesta perspectiva, a vida é uma morte lenta, uma doença, um vírus que nos corrói e nos gangrena. Pouco a pouco, o bebé que eu era transforma-se em cadáver.

FERRET, Stéphane, Aprender com as Coisas – uma iniciação à filosofia, Lisboa: Edições Asa, Março de 2007, 1ª edição, pp. 103-104

LEITURAS



A ARTE DE ARGUMENTAR Anthony Weston

Em 1996 a Gradiva publicou o segundo livro da colecção Filosofia Aberta, A Arte de Argumentar de Anthony Weston.
Este é um livro imprescindível para os estudantes de filosofia do 10º e 11º anos. O livro de Anthony Weston ensina a avaliar e redigir ensaios argumentativos, permitindo ao leitor não só exprimir e defender bem as suas ideias, mas também impedi-lo de se deixar adormecer pela retórica dos maus argumentos, infelizmente comuns nos mais diversos domínios. A Arte de Argumentar oferece ao leitor a possibilidade de exercer com clareza e rigor as suas capacidades críticas.
Esta obra é utilizada em mais de 300 escolas americanas e é fundamental não só para os estudantes de filosofia do ensino secundário e superior, mas também para quaisquer cursos que exijam a redacção de ensaios e a defesa de teses. Será também do interesse de jornalistas, políticos, advogados e todos os profissionais que têm de escrever relatórios conducentes à tomada de decisões.
A presente obra é composta por dez partes. Na primeira parte o autor apresenta algumas regras gerais para a redacção de um argumento curto, ensinando claramente a distinguir conclusão de premissas. Nas partes dois a seis o autor explora alguns tipos de argumentos mais importantes e mais usados: os argumentos com base em exemplos, os argumentos por analogia, os argumentos de autoridade, os argumentos sobre causas e finalmente os argumentos dedutivos. Nas partes sete a nove o autor ensina a redigir um ensaio. Na parte dez o autor explora o significado de falácia e apresenta uma lista das principais falácias.

É um livro pequeno (145 páginas), com uma linguagem muito acessível e por isso de fácil leitura. Além disso existe na biblioteca da escola, o que torna indesculpável a sua não leitura.

Boas leituras…

VIDAS FILOSÓFICAS


Martin Heidegger (1889–1976)

Existencialista e crítico social alemão.
Nasceu na pequena vila de Meßkirch (Messkirch) e inicialmente quis ser padre, chegando mesmo a estudar num seminário. Mais tarde estudou na Universidade de Friburgo com o professor Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia e tornou-se professor ali em 1928, dando sua aula inaugural sobre O que é a Metafísica?. É seguramente um dos pensadores fundamentais do século XX, quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural.
Heidegger inscreveu-se no partido Nazi (NSDAP) em 1 de Maio de 1933 (ano da chegada ao poder de Adolf Hitler), tendo posteriormente sido nomeado reitor da Universidade de Freiburg, pronunciando o discurso A Auto-afirmação da Universidade Alemã. Porém, pouco depois demitiu-se do cargo de reitor, colocando-se contra a perseguição, de cunho anti-semita, a professores da universidade.
Martin Heidegger teve como aluna a judia Hannah Arendt Eeminente filósofa), com quem se envolveu amorosamente, cortando relações com esta posteriormente, devido ao seu envolvimento com o Nazismo.
A sua obra mais importante, Sein und Zeit (1927, trad. port. Ser e o Tempo) abre caminho à procura do Ser, que caracteriza as suas obras. A humanidade moderna perdeu a "proximidade e o abrigo" do Ser; já não nos sentimos à vontade no mundo como o homem primitivo se sentia; a verdade já não nos é revelada; o pensamento está separado do Ser e apenas um pequeno número de privilegiados podem ter alguma esperança de recuperar a unidade com o Ser. Muitos destes temas, em especial a crença na possibilidade de escapar da metafísica e voltar a uma comunhão autêntica com a natureza independente, eram lugares-comuns do romantismo alemão, mas a maneira como foram reformulados por Heidegger cativou a imaginação do século XX. Embora Aristóteles faça da ciência do Ser o culminar de toda a investigação e o objecto da metafísica, é um tanto difícil dizer seja o que for acerca do Ser propriamente dito, de modo que o que o substitui é a consciência que as pessoas têm do seu lugar no mundo ou do que o mundo é para elas (o seu Dasein), que se torna então o assunto a investigar. Liberdade, existência no mundo, inautenticidade, angústia, culpa e destino tornam-se, portanto, os temas principais. Nas últimas obras, Heidegger inclinou-se para uma espécie de fatalismo histórico, sendo algumas vezes visto como um herdeiro da tradição de Dilthey. A influência constante de Heidegger deve-se pelo menos em parte à sua crítica da modernidade e da democracia, que ele associa a uma falta de respeito pela natureza, considerada independentemente dos usos que a humanidade lhe dá.
Heidegger foi sobretudo um fenomenólogo. É um dos maiores génios da filosofia do século XX, ao lado de Wittgenstein, Adorno, Foucault e Deleuze. Influenciou muitos filósofos, entre eles Jean-Paul Sartre.
Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrutivismo.

NETFILOSOFIA


http://dererummundi.blogspot.com/

Um blog recente, pois nasceu apenas em 2007, mas é um sucesso na blogosfera. De Rerum Natura é a nossa sugestão deste número da Katársis.
Trata-se de um blog multidisciplinar tratando de uma diversidade de temas, uns mais sérios, outros mais triviais. Podemos encontrar posts de filosofia, matemática, física, mas também de educação, de banda desenhada, de desporto, de humor, de literatura, entre muitos outros. É só escolher. Contudo os temas principais são de física, filosofia, pedagogia, matemática, química e biologia.
São sete os autores do blog e grandes vultos da cultura e ciência em Portugal. Podemos encontrar textos de Paulo Gama Mota e Sofia Araújo, eminentes biólogos; Palmira Silva, Química; Jorge Buescu, matemático com uma bibliografia interessante já editada; Helena Damião, pedagoga; Desidério Murcho, filósofo e co-autor do manual de filosofia do 10ºano, adoptado na nossa escola e Carlos Fiolhais, grande físico da universidade de Coimbra e autor de manuais do ensino secundário.
Em dois anos já foram editados acima de 1300 artigos.
Apresentemos a título de exemplo um excerto de um dos muitos textos aí publicados. Escolhemos um de Desidério Murcho
A evolução dos deuses pela selecção natural
Recentemente têm surgido vários estudos que procuram compreender a religião como um fenómeno cultural que carece de explicação darwinista ou biológica. Este novo livro de Dennett inscreve-se nesta corrente. Contudo, só na segunda das três partes do livro o autor apresenta a sua tentativa de explicação biológica da religião. Na primeira parte, composta por três capítulos e intitulada "Abrir a Caixa de Pandora", Dennett procura persuadir o leitor mais renitente a aceitar este tipo de estudo da religião.
A parte mais interessante do livro é a segunda, intitulada "A Evolução da Religião" e composta por quatro capítulos. Dennett apresenta uma imensidão de hipóteses científicas, resultados e estudos que foram publicados nos últimos anos. Não apresenta propriamente qualquer ideia central no que respeita à evolução da religião nem à sua razão de ser, mas apresenta várias hipóteses estimulantes e apresenta com verve e entusiasmo o estado actual da investigação na área.
Há um conjunto de perguntas interessantes a fazer quanto à evolução da religião. Como ocorreu exactamente tal coisa? Como surgiu? Por que razão as religiões têm certas características distintivas — respeito pelo "sagrado", rituais, iniciações, ortodoxia — e procuram proteger-se da análise científica religiosamente neutra? Sobre estes aspectos, Dennett apresenta algumas ideias iluminantes. Por exemplo, se duas religiões estiverem em competição, a religião que obrigar a rituais incómodos e à repetição de doutrinas incompreensíveis tem tendência a cativar mais aderentes. Isto acontece porque um dos aspectos centrais da mentalidade religiosa é o uso intenso de dispositivos que visam proteger a própria crença. Isto significa não apenas que se declara qualquer estudo religiosamente neutro como uma blasfémia; além disso, elege-se a própria crença como o maior valor religioso. Deste modo, entra-se no domínio da crença na crença: o importante já não é bem acreditar em Deus, mas acreditar que se acredita, e mostrá-lo aos outros — através de palavras e rituais.
A terceira e última parte do livro dirige-se ao grande público, como a primeira, e aborda os problemas políticos e sociais que as religiões levantam hoje em dia. Devemos aceitar, por exemplo, que as crianças sejam educadas religiosamente pelos seus pais? Será isso aceitável, ou uma forma de violar o direito das crianças à informação não tendenciosa? Quando há vastos sectores religiosos literalistas, radicais e bombistas, que devem fazer os religiosos moderados? Ficar em silêncio, ou tomar uma posição firme contra tais desvios da sua religião? Não sendo um dos mais iluminantes livros sobre a evolução das religiões, é todavia um bom ponto de partida pela profusão de ideias apresentadas na segunda parte, devidamente referenciadas na imensa bibliografia.

Boas navegações…

EDITORIAL

A pouco mais de um mês de terminar o ano escolar chegou a hora de todos fazermos uma avaliação retrospectiva.
Os alunos fazem contas à vida para ver se dá para transitarem de ano, uns. Outros, aproxima-se a lufa-lufa dos exames nacionais. Outros ainda, na expectativa de entrarem este ano na Universidade. Sob os ecos da tão badalada expressão “dá-me o telemóvel, já”, os alunos têm um novo estatuto, mas que só vai valer a sério para o próximo ano.
Os professores andam preocupados com as aulas de maneira a cumprirem os vários programas. O tempo das avaliações aproxima-se e é com alguma expectativa que aguardam o futuro dos seus alunos. Também é verdade que a preocupação se estende a eles próprios porque este ano iniciaram-se novas regras para a sua avaliação.
Os funcionários andam na sua luta diária para que a escola funcione bem. Mas também andam expectantes perante as mudanças que se estão a operar na legislação laboral.
Mas os balanços não podem ficar por aqui. O balanço principal, e que a maior parte das vezes nos esquecemos, é o balanço sobre a nossa própria pessoa. Será que este ano foi um ano em que cresci enquanto sujeito moral? O que fiz eu para melhorar o mundo? Será que sou uma pessoa atenta ao que se passa à minha volta? O que terei de fazer para melhorar? O que poderei fazer para melhorar o mundo?
Se não nos preocuparem assiduamente, pelo menos ocasionalmente deveremos colocar estas e outras questões semelhantes. É isto o que nos distingue dos outros seres. Esta necessidade de perguntar por nós, esta ânsia de encontrarmos respostas para o sentido das coisas é a nossa verdadeira essência. E é isso o que a Filosofia nos ensina, por isso, (se não houvesse outras, pelo menos esta razão já seria suficiente), ela deveria ocupar um lugar proeminente na nossa vida. Ousar pensar por nós próprios, como nos ensinou Kant; viver com os olhos da mente abertos, como nos legou Descartes, é a nossa missão no mundo.

Uma palavra final para o Dia Aberto. É um acontecimento que ameaça ser uma imagem de marca da nossa escola. Ano após ano esperemos que esse dia aberto seja cada vez melhor e cada vez mais envolvente de toda a comunidade.
Os professores do grupo de Filosofia, como não podia deixar de ser, quiseram também abrir uma porta para este dia. Enveredaram-se esforços para que a Katársis do 3º período fosse antecipada para este dia. Além disso apresentamos o nosso novel blog (ainda em fase de construção) da nossa Katársis. O blog é da escola e esperamos que seja um espaço de intercâmbio de ideias e argumentos, um berço de racionalidade. Para o ano prometemos mais ideias e uma Katársis cada vez com mais qualidade.
Leiam a revista e visitem-nos, deixando-nos sugestões, em www.katarsis2.blogspot.com.
António Paulo
Jorge Marques

sexta-feira, 25 de abril de 2008

CAPA

Katársis II nº 2

HUMOR


Existem ou não aparições?

Inicialmente eu pensava que tudo aquilo que fosse relacionado com espíritos era só mais uma forma de ganhar dinheiro ou de ludibriar algumas mentes menos atentas, mas após uma história verídica mudei de opinião. Passo a citar
Desde pequena que oiço a minha mãe contar que contactava com espíritos de pessoas já falecidas. Eu, pouco dada a acreditar em tais coisas, chegava a brincar com ela a respeito disso. Mas, uma vez ela contou que um dia estava com a minha tia, sua irmã, como todos os dias a ir para o seu emprego e, quando atravessavam a ponte de Pessegueiro viram uma luz branca, que à medida que elas se iam aproximando, ia aumentando cada vez mais, sucessivamente. Quando chegaram perto dessa luz o suficiente viram um homem enorme. A minha tia com medo ia a correr para passar depressa, mas pelo lado debaixo desse espírito e, como dizem que não se deve fazer. Foi então que a minha mãe a puxou, começou a tratá-lo mal e seguiram em frente. Após terem caminhado olharam para trás e viram que tal figura tinha desaparecido.
Eu como não havia acreditado nas outras histórias que ela tinha contado também não acreditei naquela, até ao dia em que a minha tia me contou a história da mesma forma. Confesso que fiquei chocada, bastante pensativa e a fazer milhões de perguntas a mim própria. Pensei para mim mesma: “Será que elas estão a mentir?”. Após uma longa reflexão achei que alguma coisa havia de ter um fundo de verdade e passei a dar algum crédito às aparições.
Concordo que as pessoas tenham dificuldade em acreditar naquilo que não vêem, embora acreditar seja exactamente isso. Todavia, sei que só algumas pessoas têm experiências invulgares e que quando as contam passam por mentirosos e visionários para a maioria. Deixo no ar apenas algumas questões: será tudo fruto de uma imaginação ou até alucinação? Qual a real necessidade de as pessoas mentirem a respeito desses temas? Ficam as perguntas e cada qual responde e argumenta de acordo com as suas crenças e experiência de vida.

Raquel – 10º B

Ler um livro

O professor de Filosofia, aconselhou no início do ano a lermos três livros para esse ano lectivo, e eu, fui pelo nome que mais me chamou a atenção: “O Mundo de Sofia”.
Antes perguntava-me o que era a Filosofia, até o professor me explicar, mas isso não foi o suficiente até que comecei a ler o livro.
O livro foi feito para explicar a Filosofia de uma maneira que capte a atenção do leitor, com uma história de uma menina que tem como correspondente um senhor de idade, que lhe envia cartas a explicar o valor da filosofia.
Desta forma, não só torna a história misteriosa na descoberta deste enigma (quem é quem? e o quê?) mas também nas coisas estranhas que sucedem a Sofia.
Este livro resolveu, ensinou e tirou dúvidas a muitos problemas e questões que eu tinha, tenho e tive ao longo da passagem da minha infância para adolescência.
Segui o conselho do professor e fiquei certamente mais culta e mais sabedora em relação aos temas tratados no livro e nas aulas de Filosofia.
Aconselho outros alunos a lerem o livro pois terão menos dúvidas no aspecto da Filosofia. Apesar de tudo, convém dizer que muitas dúvidas foram dissipadas, outras permaneceram e muitas outras surgiram em relação à Filosofia.

Adriana 10º B

Defendam a Natureza

Colegas, a Natureza precisa de nós e o seu futuro está nas nossas mãos. Hoje a poluição e o comportamento anti -ambientalista de população está a comprometer o nosso futuro, e não pensem, que as únicas consequências destes problemas são apenas o aquecimento global. È bem mais grave que isso.
Se continuarmos a manter algumas atitudes, teremos vários problemas, como a falta de água potável, que pode levar a guerras pelo controlo de zonas com este recurso, problemas de saúde relacionados e fome; destruição de espécies de animais e vegetais; diminuição da esperança média de vida; sofrimento, entre muitos outros.
Em suma, os eternos problemas temidos pela Humanidade: guerra, fome e doença.
Nós somos da Natureza: pertencemos a ela, por isso, quando a destruímos estamos a atacar-nos a nós próprios.
O futuro da espécie humana está nas nossas mãos e nas gerações vindouras. Vamos começar a actuar: não podemos facilitar e entrar na onda do “deixa andar”.
Para começar, devemos falar das atitudes em casa: poupar energia através do bom isolamento térmico; substituição de lâmpadas convencionais por lâmpadas económicas; lavar a loiça e roupa apenas com as máquinas cheias; adquirir sistemas de rega de jardim eficientes e económicos: micro irrigação; utilização de energias renováveis para o aquecimento de água, produção de electricidade, climatização; aproveitamento da água da chuva: para rega.
Claro que não podemos tomar estas medidas de uma só vez, visto que algumas medidas requerem avultados investimentos e respostas eficientes dos vendedores, mas com a progressiva evolução da técnica e da tecnologia, dentro de alguns anos já deveria ser
obrigatório tomar algumas medidas como estas.

José Rafael Pereira
9º Ano – Turma C

Carta a Luís de Camões



Cambra, 24 de Janeiro de 2008

Caro amigo Luís Vaz de Camões:
Saúdo-te, ó grande génio, pela maravilhosa obra que nos deixaste. Como tens estado nessas Terras do Além-Túmulo?
Cá, neste mundo, o povo português ainda sente orgulho dos tempos áureos que descreves nos “Lusíadas”. Agora, como podes ver, não temos muita fama nem importância para as outras nações, que orgulhosas da sua História, ainda que vergonhosa, se tentam superiorizar a qualquer outra.
Mas podes crer que não será por isso que este povo heróico, a quem até os deuses obedecem, vai desanimar e parar de lutar por um futuro melhor.
Hoje já não temos reis como no tempo em que viveste, mas temos um regime democrático, que também conheces, pois era o regime político de Grécia Antiga.
Quanto a mim, um simples e humilde estudante, vou iniciar o estudo da obra que te imortalizou: “Os Lusíadas” – nas minhas aulas de Língua Portuguesa.
Assim, vou estudar e aprender tudo o que me for possível para que um dia possa também eu glorificar a nossa amada pátria.
Espero uma resposta tua.
Despeço-me com um abraço.

Um abraço, do teu sempre amigo:

José Rafael Pereira
9º Ano – Turma C

Poesia

Poluição

A poluição em si
Muito tem para declarar
Agora que entendi
Em partes a vou relatar

Começo pela do solo
Que com as chuvas ácidas tem a ver
O ácido sulfúrico
A vegetação vai desfazer

Depois vem a da água
E a maré negra a chegar
Assim a vida marinha
Em breve vai acabar
A poluição do ar
Também nos torna doentes
Lutar com unhas e dentes
Para esta situação mudar

Há também a do ruído
Que é a poluição sonora
Espero que a surdez
Tenha uma longa demora

Amais estranha de todas
É a poluição visual
Ver lixeiras aos montes
Passa a ser habitual.

Carlos Pereira – 10º A

OPINIÃO

SOLIDARIEDADE À DISTÂNCIA

Intriga-me esta solidariedade à distância tão típica do nosso tempo, quando o materialismo e o egoísmo parecem ser as notas dominantes. É tão cómodo pagar e não ter que me aborrecer com o que não gosto. Eis, que em qualquer lugar surge a feliz oportunidade de ser solidário e a sensação instantânea do dever cumprido. É a Corrida da Mulher, a Corrida do Homem, o brinquedo que te impingem à porta dos Hipermercados para uma qualquer causa/instituição, o saco para o Banco Alimentar Contra a Fome, o peditório da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a venda da revista Cais, a Legião da Boa Vontade, a Abraço; para não falar da publicidade televisiva, principalmente na época natalícia, às inúmeras causas, a Missão Sorriso, a Causa Maior, a Casa do Gil, as Ceias de Natal, os concertos de Natal, etc.
Questiono-me sobre esta incrível abundância de generosidade tão fervilhante na sociedade actual, quando se ignora o colega de trabalho que precisa de uma qualquer ajuda, se desconhece o vizinho que mora há trinta anos a teu lado, se depositam os pais em lares de terceira idade, se ignora um parceiro de viagem que se sentiu mal num comboio apinhado de gente, se vira a cara ao sem abrigo que está na rua à tua frente…
A quantidade de lixo que estas actividades produzem impressiona quem se preocupa minimamente com o ambiente, assim como todo o aparato de propaganda comercial que as envolve.
Mas o problema central desta solidariedade contemporânea, é saber para onde vão estes donativos. Pergunto-me se chegarão ao fim pretendido ou se engrossam salários chorudos e armários de quem se aproveita da generosidade alheia mas não dá a sua. Os meios justificarão os fins? Uma solidariedade longínqua, sem rosto, compensará o alheamento e a indiferença quotidiana?
Neste contexto parece enquadrar-se, como uma luva, o slogan da AMI – “Dê, vai ver que não dói nada.” Não, não dói, mas será que nos humaniza? É sem dúvida muito cómodo.
Se é verdade que os filósofos nunca se acomodaram ao mundo, eu já me acomodei, mas note-se, não sou filósofa, simplesmente, às vezes, ainda me indigno.

Prof. Isabel Soares

Anedotas filosóficas

Um professor de Filosofia entra na sala de aula, põe a cadeira em cima da mesa e escreve no quadro: "Provem-me que esta cadeira não existe."Apressadamente, os alunos começam a escrever longas dissertações sobre o assunto. No entanto, um dos alunos escreve apenas duas palavras na folha e entrega-a ao professor.Este, quando a recebe não pode deixar de sorrir depois de ler: "Qual cadeira?"

Pesquisa na Internet – David - nº 11 - 10ºB

Comentário ao Filme “Nell”



Aquilo que somos depende daquilo que vemos, do que sentimos…
Se não tivermos uma base, ou seja, uma imagem em que nos possamos basear, a criação da nossa personalidade, a formação da nossa linguagem não será totalmente conseguida.
Nós somos aquilo que vemos, a minha perspectiva do “bem” é aquela que eu criei pelo que vejo do mundo, dos valores da sociedade e os valores da minha educação que os meus pais me deram.
No filme, Nell (que é a sobrevivente de duas gémeas que viviam com a mãe, uma eremita que faleceu) apenas teve o exemplo da mãe e da irmã, na criação da sua personalidade, da linguagem, da visão do mundo exterior. a sua visão do bem e do mal, despende da imagem/educação que a mãe lhe deu, para a sua mãe que tinha sido violada e ficado grávida das gémeas, os homens eram uma coisa má, eram maus e por isso decidiu viver isolada do mundo. Nell falava uma linguagem própria que falava com a mãe e com a irmã, mas que para as pessoas que viviam no mundo civilizado (cidades, vilas e aldeias) era completamente estranha.
Aquilo que eu sou hoje depende daquilo que os meus pais me ensinaram, depende da educação que recebi e que continuo a receber, (existem sempre excepções, mas a excepção faz a regra) por exemplo os meus pais ensinaram-me que falar com a boca cheia é frio, então eu não falo de boca cheio. A sociedade também nos impôs valores por exemplo: todas as pessoas menores de 16 anos devem andar na escola, então eu ando na escola. Como Nell não teve estas vivências a sua “ pessoas” é muito diferente da “ pessoa” que teria sido se vivesse na cidade mas, isso não quer dizer que isso a faça mais infeliz, pois ela sempre viveu ali, logo o meio em que se sente bem é aquele. A meu ver, continuar a viver na floresta foi o melhor para Nell, pois é esse o seu meio natural e de origem.

Mariana
N.º16 10.ºB

VIDAS FILOSÓFICAS



Thomas Nagel (n. 1937)
Filósofo político e moral americano.
Thomas Nagel nasceu a 4 de Julho de 1936 em Belgrado, ex-Jugoslávia (actual Sérvia), no seio de uma família era judaica e estudou em Cornell, Oxford e Harvard. Ensinou em Princeton de 1966 a 1980, e depois disso na Universidade de Nova Iorque. As sHis main areas of philosophical interest are philosophy of mind , political philosophy , and ethics .uas principais áreas de interesse são a filosofia da mente, a filosofia política e a ética. A sua obra centra-se na natureza da motivação moral e na possibilidade de uma teoria racional da adesão moral e política, tendo estimulado significativamente o interesse nas abordagens realistas e kantianas a estes assuntos.
Um dos ensaios mais discutidos na moderna filosofia da mente tem sido o seu "What is it Like to Be a Bat?", onde argumenta que na experiência há um aspecto subjectivo irredutível que não pode ser apreendido pelos métodos objectivos das ciências naturais, ou por filosofias do tipo do funcionalismo, que se limitam a estes métodos. Nagel é provavelmente mais conhecida no campo da filosofia da mente como um defensor da ideia de que a consciência e a experiência subjectiva não podem, pelo menos com o entendimento contemporâneo do fisicalismo, ser reduzido a uma mera actividade cerebral.
As suas obras incluem The Possibility of Altruism (1970), Mortal Questions (1979), The View from Nowhere (1986), What Does It All Mean? (1987, trad. Que Quer Dizer Tudo Isto?, 1995) e Equality and Partiality (1991). (In Dicionário de Filosofia, de Simon Blackburn. Gradiva, 1997.)

NETFILOSOFIA



http://www.cinefilosofia.blogspot.com/

O que o cinema tem a ver com a filosofia? Para alguns nada tem a ver, para outros tudo, preferimos afirmar que tem muito.
Luis Rodrigues, Diogo Santos e Pedro Sargento apresentam-nos um blog de filosofia e cinema e é a nossa sugestão deste número da Katársis.
Neste blog os seus autores fazem uma análise de diversos filmes de um ponto de vista filosófico – questões filosóficas levantadas, respostas a grandes problemas filosóficos propostos, etc. Os filmes analisados são dos mais diversos géneros, desde um Apocalipse Now, passando pelo Batman, Crash, Der Untergang, Final Fantasy até ao Harry Potter.
Por exemplo num ensaio sobre o filme 13th Floor, Luis Rodrigues afirma “O filme 13th Floor tem a particularidade de apresentar - pelo menos - dois problemas filosóficos com séculos e séculos de existência: primeiro, o problema do cepticismo epistémico que deriva, segundo, do problema de não haver contradição lógica em supor que somos cérebros em cubas, “ligados” ao mundo onde julgamos estar e que julgamos conhecer apenas por fios eléctricos ou sistemas wireless bluetooth . Estes problemas estão talvez ainda por resolver. Sendo tão ou mais cépticos que o céptico, podemos inclusive sugerir que nunca se irão resolver - pois a sua resolução depende possivelmente de uma perspectiva do “olho de Deus” que nunca poderemos alcançar. Mas também não é menos correcto afirmar que ou nos deixamos de cepticismos pirrónicos ou nos devemos calar em nome da coerência. Todo aquele que afirma que “o conhecimento é impossível” tem que perceber que a sua própria afirmação terá que ser igualmente impossível (falsa), pois se fosse verdadeira qualquer afirmação seria falsa, incluindo essa, e, se fosse apenas falsa, apenas ficaríamos a saber que o conhecimento é, tanto quanto diz respeito a essa afirmação, possível. Estão confusos? Espantados? Cépticos? Humm…Ainda bem! Umas doses razoáveis de incerteza, espanto e cepticismo nunca fizeram mal àqueles que anseiam perceber o mundo e subir na escada do saber. (…) Apesar de tudo o que disse até agora não ser nada evidente, estar mal explicado e estar longe de ter resolução, era aqui que queria chegar, pois este é o tema que domina 13th Floor , a saber, até que ponto não vivemos numa realidade fictícia -- uma simulação - criada por um Demónio-enganador (que pode ser desde um cientista excêntrico a um conjunto de máquinas insensíveis e tão ou mais ditatoriais que o Fidel Castro) que nos incute crenças falsas sobre estados de coisas no mundo e, a limite, não nos deixa ver ou perceber a nossa verdadeira identidade e condição ontológica (e eu a dar-lhe! eehm!…Não tenho mesmo juízo nenhum. Sempre a brincar com coisas sérias. Será que podemos fazê-lo e sair impunes? Ora aí está uma boa questão filosófica, não é? É pena é que alguns professores nem sequer a coloquem…)” São reflexões deste género que encontramos em dezenas de ensaios sobre dezenas de filmes.
Mas como quase tudo, o que é bom não dura sempre o mesmo aconteceu a este blog. A 12 de Maio de 2006 o blog não mais foi actualizado. Com o título The End os autores põem fim ao projecto alegando um conjunto de dificuldades.
Apesar de tudo cinefilosofia.blogspot.com continua a ser um blog a visitar.

LIDO E REGISTADO



A FILOSOFIA É DIFÍCIL?

A filosofia é muitas vezes descrita como uma disciplina difícil. Há vários tipos de dificuldades associadas à filosofia, algumas delas evitáveis.
Em primeiro lugar, é verdade que muitos dos problemas com os quais os filósofos profissionais lidam exigem efectivamente um nível bastante elevado de pensamento abstracto. Contudo o mesmo se aplica a praticamente todas as actividades intelectuais: a esse respeito a filosofia não é diferente da física, da teoria literária, da informática, da geologia, da matemática ou da história. Tal como acontece com estas e outras áreas de estudo, a dificuldade em dar um contributo substancialmente original na área respectiva não deve ser usada como desculpa para negar às pessoas comuns o conhecimento dos avanços dessas áreas, nem para a impedir de aprender os seus métodos básicos.
Contudo, há um segundo tipo de dificuldade associada à filosofia que pode ser evitada. Os filósofos nem sempre são bons prosadores. Muitos têm fracas capacidades para comunicar claramente as suas próprias ideias, Por vezes, isto acontece porque só estão interessados em atingir uma pequeníssima audiência de leitores especializados; outras vezes, porque usam uma gíria desnecessariamente complicada que se limita a confundir os que com ela não estão familiarizados. Os termos especializados podem ser úteis para evitar explicar certos conceitos sempre que são usados. Contudo, há entre os filósofos profissionais uma tendência infeliz para usar termos especializados como um fim em si; muitos usam expressões latinas apesar de existirem equivalentes portuguesas perfeitamente aceitáveis. Um parágrafo cheio de palavras desconhecidas e de palavras conhecidas usadas de forma desconhecida podem intimidar. Alguns filósofos parecem falar e escrever uma linguagem inventada por eles. Isto pode fazer que a filosofia pareça muito mais difícil do que na verdade é.

WARBURTON, Nigel, Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa: Gradiva, 1998, 1ª edição, pp.25-26.

LEITURAS




QUE QUER DIZER TUDO ISTO? Uma Iniciação à Filosofia Thomas Nagel

Em 1995 a Gradiva lançou em boa hora a colecção Filosofia Aberta. Num mercado tão carente de obras de filosofia acessíveis a um público mais vasto e não apenas a especialistas, como é o mercado português do livro, esta colecção foi uma verdadeira pedrada no charco. A colecção que já vai no número dezassete iniciou-se com a publicação da obra de Thomas Nagel, Que quer dizer Tudo Isto? Uma Iniciação à Filosofia. Fiel à melhor tradição filosófica, Thomas Nagel oferece-nos uma esplêndida introdução aos principais problemas, teses e argumentos da filosofia, colocando a ênfase na capacidade de levantar questões, traçar distinções e formular hipóteses, exercendo assim a faculdade crítica da razão, que é, afinal, a própria função da filosofia. O livro é uma introdução elementar a 9 problemas filosóficos típicos, escrita num tom informal, claro e simples, mas rigoroso e preciso. O autor introduz tópicos de epistemologia e metafísica, filosofia da linguagem e da mente, ética e filosofia política, terminando com uma introdução a dois tópicos metafísicos gerais (o sentido da vida e o problema da morte). Nagel defende que não é possível compreender os textos dos grandes filósofos sem que tenhamos percebido os problemas com que se debatem. Por isso, introduz directamente o leitor aos problemas da filosofia, nunca citando uma só vez um nome de um filósofo. Praticamente todos os problemas abordados em Que Quer Dizer Tudo Isto? fazem parte dos programas do ensino secundário, pelo que esta obra constitui um instrumento crucial neste domínio. Mas a acuidade com que os problemas são colocados, o cuidado posto na clareza da argumentação e a importância central dos temas tratados tornam esta obra numa leitura obrigatória para os alunos do ensino superior e para o público interessado em conhecer um pouco mais os problemas da filosofia.
No capítulo I o autor introduz o problema como sabemos seja o que for?, problema de natureza epistemológico abordado no 11º ano; o capítulo II introduz o problema outras mentes, problema abordado no âmbito da filosofia da mente; o capítulo III aborda o problema metafísico da relação mente-corpo; o capítulo IV aborda o problema do significado das palavras, problema estudado no âmbito da filosofia da linguagem; no capítulo V é abordado o problema metafísico do livre arbítrio, estudado no 10º ano; o capítulo VI aborda o problema ético sobre o certo e o errado, estudado no 10º ano; o capítulo VII aborda o problema da justiça, problema de filosofia política estudado no 10º ano; os capítulos VIII e IX abordam os problemas metafísicos da morte e do sentido da existência, temas que tanto podem ser abordados no 10º como no 11º anos.

É um livro pequeno (92 páginas), com uma linguagem muito acessível e por isso de fácil leitura. Além disso existe na biblioteca da escola, o que torna indesculpável a sua não leitura.

Boas leituras…

GLOSSÁRIO DE FILOSOFIA


Ética Aplicada
Disciplina que aplica a ética a problemas práticos reais, tais como o aborto, a eutanásia, o tratamento dos animais ou outros problemas legais, políticos sociais e do meio ambiente. Chama-se por vezes eticistas aos especialistas em ética prática.

Especismo
Por analogia com o racismo ou com o sexismo, a posição incorrecta que consiste em recusar o respeito pelas vidas, pela dignidade e pelos direitos ou necessidades dos animais que não pertençam à espécie humana. Discriminação baseada na espécie.

Valor Instrumental
Uma coisa tem valor instrumental quando é um meio para um fim que se considera valioso. Opõe-se a valor intrínseco.

Valor Intrínseco
Uma coisa tem valor intrínseco quando tem valor por si, independentemente dos benefícios que dela possamos obter. Opõe-se a valor instrumental.

Paradoxo
Um paradoxo surge quando um conjunto de premissas aparentemente indisputáveis dá origem a conclusões inaceitáveis ou contraditórias. A resolução de um paradoxo implica mostrar que há um erro escondido nas premissas, ou que o raciocínio é incorrecto, ou que a conclusão aparentemente inaceitável pode, afinal, ser tolerada. Os paradoxos desempenham, portanto, um papel importante na filosofia, visto que a existência de um paradoxo não resolvido mostra que há algo nos nossos raciocínios ou nos nossos conceitos que não compreendemos.