Vou retroceder um pouco às matérias que têm sido dadas nas aulas de Filosofia, e fazer uma análise de algumas noções básicas bastante importantes e que temos de ter sempre em mente nos anos de estudo desta disciplina. Vou por isso abordar desde a origem da palavra “Filosofia”, à noção das nossas crenças, passando pelos elementos da Filosofia e pela sua caracterização, dando sempre o meu ponto de vista pessoal, e realçando o que dou mais valor.
A palavra Filosofia vem de Filos (que significa “amor” e “amizade”) e de Sofia (que significa “sabedoria”). Quando começámos a estudar Filosofia fiquei um pouco confusa e perplexa ao notar que era uma disciplina tão diferente das outras. Mas foi daí que veio o interesse e o fascínio por esta disciplina. A Filosofia não é apenas uma disciplina em que se discutem ideias, mas uma actividade que nos leva sempre mais além no pensamento, uma forma de Saber que nos faz confrontar todo o tipo de ideias que até agora nos eram singelas e concretas. Como refere o manual, não é uma disciplina como História, na qual se decoram datas e nomes, nem como Química e Biologia, que se estudam os átomos e se observam as células. Enquanto que estas se apoiam em factos reais, em corpos existentes, a Filosofia questiona qualquer noção, por mais básica que nos possa parecer, como “O que é a vida?”; “A vida tem sentido?”; “O que é a beleza?”. O que é certo é que se nos for feita a pergunta não sabemos responder concretamente, damos apenas o nosso ponto de vista, e são precisamente esses pontos de vista e opiniões diferentes que têm enaltecido a Filosofia. Os problemas são o ponto de partida daquilo que queremos reflectir e discutir, e por isso o objecto de estudo da Filosofia é a própria realidade. Não é por acaso que a partir da Filosofia se distinguiram muitos Matemáticos, Políticos e Físicos em épocas diferentes. Na sua origem está o que hoje chamamos “Ciência”, mas também foi a partir dela que se diferenciaram alguns ramos, como a cosmologia, a psicologia e a sociologia. Os homens começaram a procurar definições explícitas e demasiado concretas, daí florescerem todos estes ramos extremamente importantes actualmente. São estes pequenos exemplos que mostram o valor da Filosofia.
Ao longo dos tempos a Filosofia tem tido sempre o seu ponto de relevo. A Filosofia foi inventada pelos gregos, onde Tales de Mileto e Pitágoras foram os primeiros filósofos entre outros que questionaram a origem, a essência de tudo. Mais tarde e ainda na Antiguidade destacaram-se Sócrates, Platão e Aristóteles que foram marcos maiores de todo o pensamento ocidental posterior. Na Idade Média, a filosofia assume um carácter e contexto religioso, destacando-se Santo Agostinho, Santo Anselmo e S. Tomás de Aquino, entre outros. Na Idade Moderna os pensadores elevaram já uma teoria, a teoria do conhecimento, onde se destacaram do lado do empirismo (conhecimento baseado na experiência sensível) Hobbes, Locke, Berkeley e David Hume. Já do lado do racionalismo (conhecimento baseado na razão) foram Descartes e Espinosa os que mais se destacaram. Kant, no século XVIII tentou sintetizar o empirismo e o racionalismo, ocupando-se sobretudo da epistemologia (episteme=conhecimento).
A Filosofia contemporânea conheceu uma vitalidade e diversidade enorme. Os temas mais debatidos foram e ainda são a metafísica, a filosofia da religião, da arte, da linguagem, da lógica e da política e a ética aplicada.
Os elementos da Filosofia são fundamentais para a clarificação de conceitos e qualquer Filósofo tem de recorrer sobretudo a argumentos para defender as suas posições. Quando nos surge um problema/questão, devemos apoiar uma teoria, quer pessoal, quer uma teoria que já tenha sido aceite. Porém devemos argumentar e mostrar a nossa opinião, e, ao mostrar a nossa ideia devemos defender a nossa tese, com o objectivo de defender o próprio argumento.
Na Filosofia para explicar a alguém o que é determinada coisa, podemos defini-la implicitamente ou explicitamente ou então caracterizá-la. Foi isso que fizemos nas aulas. Procurámos caracterizar a Filosofia como: uma atitude crítica, uma tomada de posição e um estudo a priori.
A Filosofia é uma actividade crítica, e ser crítico não é dizer “não” para marcar a diferença, mas avaliar cuidadosamente as ideias, procurando boas razões quer para aceitar ou recusar a ideia. Na Filosofia não há vitoriosos!
A Filosofia de alguma maneira identifica-se com a Matemática, pois recorre apenas ao pensamento. Daí o conceito “a priori”, opostamente “a posteriori”, quando conhecemos algo recorrendo à experiência. Em Filosofia pensamos por nós próprios, como na Matemática, recorremos ao pensamento para realizar contas.
Agora falando das nossas crenças. Existem muitas crenças que é como se nascessem connosco, e se alguém nos fizer a pergunta porque acreditamos nessas crenças, não sabemos responder. O que se passa é que muitas das crenças em que acreditamos são-nos transmitidas pelos pais, amigos, professores, e pela própria sociedade, o que quase nos impossibilita de pensarmos no que nos faz realmente acreditar. A crença da religião, por exemplo, é-nos incutida desde muito novos, e com uma idade precoce não temos opinião própria, mas isso não invalida que a crença esteja quer certa quer errada. Muitas vezes não é necessário aceitar uma crença unicamente quando esta é sustentada por provas experimentais e argumentos sólidos. Volto ao caso da religião, acreditamos numa certa coisa baseando-nos no que chamamos “fé”, são por isso ideias pré-concebidas, que nós não sujeitamos à crítica.
Mas voltando à actividade crítica da Filosofia, esta recusa-se a aceitar qualquer crença que as provas experimentais e o raciocínio não mostrem que é verdadeira. Para fundamentar a nossa opinião em relação a qualquer crença é fundamental libertarmo-nos de preconceitos, preconceitos esses que são ideias que tomamos como verdadeiras sem razões para tal. A Filosofia não aceita uma crença só porque se pensa em algo óbvio nem por ter sido proclamada por homens sábios e superiores, mas dedica-se à investigação persistente e de espírito aberto. Deste modo a Filosofia impede-nos de seguirmos as ideias que nos são induzidas por um mero agrado, mesmo sem razões para isso, pois esta permite-nos ir mais além no pensamento e duvidar de qualquer questão aparentemente correcta, para assim não ficarmos restritos ao que nos foi transmitido, abrindo horizontes e definindo ideias próprias argumentadas e defendidas.
A palavra Filosofia vem de Filos (que significa “amor” e “amizade”) e de Sofia (que significa “sabedoria”). Quando começámos a estudar Filosofia fiquei um pouco confusa e perplexa ao notar que era uma disciplina tão diferente das outras. Mas foi daí que veio o interesse e o fascínio por esta disciplina. A Filosofia não é apenas uma disciplina em que se discutem ideias, mas uma actividade que nos leva sempre mais além no pensamento, uma forma de Saber que nos faz confrontar todo o tipo de ideias que até agora nos eram singelas e concretas. Como refere o manual, não é uma disciplina como História, na qual se decoram datas e nomes, nem como Química e Biologia, que se estudam os átomos e se observam as células. Enquanto que estas se apoiam em factos reais, em corpos existentes, a Filosofia questiona qualquer noção, por mais básica que nos possa parecer, como “O que é a vida?”; “A vida tem sentido?”; “O que é a beleza?”. O que é certo é que se nos for feita a pergunta não sabemos responder concretamente, damos apenas o nosso ponto de vista, e são precisamente esses pontos de vista e opiniões diferentes que têm enaltecido a Filosofia. Os problemas são o ponto de partida daquilo que queremos reflectir e discutir, e por isso o objecto de estudo da Filosofia é a própria realidade. Não é por acaso que a partir da Filosofia se distinguiram muitos Matemáticos, Políticos e Físicos em épocas diferentes. Na sua origem está o que hoje chamamos “Ciência”, mas também foi a partir dela que se diferenciaram alguns ramos, como a cosmologia, a psicologia e a sociologia. Os homens começaram a procurar definições explícitas e demasiado concretas, daí florescerem todos estes ramos extremamente importantes actualmente. São estes pequenos exemplos que mostram o valor da Filosofia.
Ao longo dos tempos a Filosofia tem tido sempre o seu ponto de relevo. A Filosofia foi inventada pelos gregos, onde Tales de Mileto e Pitágoras foram os primeiros filósofos entre outros que questionaram a origem, a essência de tudo. Mais tarde e ainda na Antiguidade destacaram-se Sócrates, Platão e Aristóteles que foram marcos maiores de todo o pensamento ocidental posterior. Na Idade Média, a filosofia assume um carácter e contexto religioso, destacando-se Santo Agostinho, Santo Anselmo e S. Tomás de Aquino, entre outros. Na Idade Moderna os pensadores elevaram já uma teoria, a teoria do conhecimento, onde se destacaram do lado do empirismo (conhecimento baseado na experiência sensível) Hobbes, Locke, Berkeley e David Hume. Já do lado do racionalismo (conhecimento baseado na razão) foram Descartes e Espinosa os que mais se destacaram. Kant, no século XVIII tentou sintetizar o empirismo e o racionalismo, ocupando-se sobretudo da epistemologia (episteme=conhecimento).
A Filosofia contemporânea conheceu uma vitalidade e diversidade enorme. Os temas mais debatidos foram e ainda são a metafísica, a filosofia da religião, da arte, da linguagem, da lógica e da política e a ética aplicada.
Os elementos da Filosofia são fundamentais para a clarificação de conceitos e qualquer Filósofo tem de recorrer sobretudo a argumentos para defender as suas posições. Quando nos surge um problema/questão, devemos apoiar uma teoria, quer pessoal, quer uma teoria que já tenha sido aceite. Porém devemos argumentar e mostrar a nossa opinião, e, ao mostrar a nossa ideia devemos defender a nossa tese, com o objectivo de defender o próprio argumento.
Na Filosofia para explicar a alguém o que é determinada coisa, podemos defini-la implicitamente ou explicitamente ou então caracterizá-la. Foi isso que fizemos nas aulas. Procurámos caracterizar a Filosofia como: uma atitude crítica, uma tomada de posição e um estudo a priori.
A Filosofia é uma actividade crítica, e ser crítico não é dizer “não” para marcar a diferença, mas avaliar cuidadosamente as ideias, procurando boas razões quer para aceitar ou recusar a ideia. Na Filosofia não há vitoriosos!
A Filosofia de alguma maneira identifica-se com a Matemática, pois recorre apenas ao pensamento. Daí o conceito “a priori”, opostamente “a posteriori”, quando conhecemos algo recorrendo à experiência. Em Filosofia pensamos por nós próprios, como na Matemática, recorremos ao pensamento para realizar contas.
Agora falando das nossas crenças. Existem muitas crenças que é como se nascessem connosco, e se alguém nos fizer a pergunta porque acreditamos nessas crenças, não sabemos responder. O que se passa é que muitas das crenças em que acreditamos são-nos transmitidas pelos pais, amigos, professores, e pela própria sociedade, o que quase nos impossibilita de pensarmos no que nos faz realmente acreditar. A crença da religião, por exemplo, é-nos incutida desde muito novos, e com uma idade precoce não temos opinião própria, mas isso não invalida que a crença esteja quer certa quer errada. Muitas vezes não é necessário aceitar uma crença unicamente quando esta é sustentada por provas experimentais e argumentos sólidos. Volto ao caso da religião, acreditamos numa certa coisa baseando-nos no que chamamos “fé”, são por isso ideias pré-concebidas, que nós não sujeitamos à crítica.
Mas voltando à actividade crítica da Filosofia, esta recusa-se a aceitar qualquer crença que as provas experimentais e o raciocínio não mostrem que é verdadeira. Para fundamentar a nossa opinião em relação a qualquer crença é fundamental libertarmo-nos de preconceitos, preconceitos esses que são ideias que tomamos como verdadeiras sem razões para tal. A Filosofia não aceita uma crença só porque se pensa em algo óbvio nem por ter sido proclamada por homens sábios e superiores, mas dedica-se à investigação persistente e de espírito aberto. Deste modo a Filosofia impede-nos de seguirmos as ideias que nos são induzidas por um mero agrado, mesmo sem razões para isso, pois esta permite-nos ir mais além no pensamento e duvidar de qualquer questão aparentemente correcta, para assim não ficarmos restritos ao que nos foi transmitido, abrindo horizontes e definindo ideias próprias argumentadas e defendidas.
Cristiana, 10º A
3 comentários:
Cristiana, quero dar-te os parabéns pela espontaneidade com que abordaste aquilo que ouviste nas oito aulas leccionadas. Denota-se que estás atenta, que és aplicada e responsável. Continua com esta atitude.
A tua prof. de Filosofia.
Muito bom, adorei o texto.
A filosofia é impressionante, é um olhar mais detalhado sobre algo, é vagar perdidamente pelo espaço sem se perder no tempo. É girar girar sem ficar tonto até que concretize a "desbanalização do banal" .
Parabens, continue assim.....
Mas nao pretendo ser ou nao ser apologista do que nos foi dito sobre FILOSOFIA E FILOSOFAR. Mas permitam-me dizer que estou consciente da consciencia do consciente que a Filosofia e o Filosofar sao isso mais alguma coisa que nao foi dito.
A Historia de Filosofia e a dos filosofos podem nos excitar para filosofar mas nao bastam para filosofar. Entao, o que nos falta? Ate que ponto a nossa autonomia no pensar e no reflectir tem sentido para nossa existencia? Actualmente, parece-me que muitos estudantes de Filosofia que se consideram de filosfos porque teem no seu sentir e no pensar todo conhecimento filosofico, ou seja, todo o sistema filosofico para bem buscar a verdade da verdade de todas as coisas, teem tido medo da morte porque os filosofos inves de atenuar os problemas, eles aumentam-os ate ao ponto da sociedade actual se sentir perturbado por eles.
Mas a que salientar que uma das nossas caracteristicas como filosofos ou estudantes de Filosofia e: aceitar a morte como fenomeno, isto e, aquilo que deve aparecer depois da nossa existencia.
Todo o Ser Humano, logo na sua natureza ou nascimento deve se considerar como um Ser sem vida em potencia.Portanto, com muita alegria e com todas as minhas tripas, recomendo-vos a nao terem medo de dizer a Verdade da Verdade enquanto verdade para Bem Comum porque os homens por serem donos deles mesmos falsificam a verdade da verdade enquanto nada de verdade para o Bem Comum mas pessoal.Onde estao os filosofos ou aqueles que estudaram a Filosofia que ja teem todo o sistema filosofico-Critico? Estao adormecidos ou morreram ou teem o medo da morte?
Meus irmaos, nao podemos estar longe da nossa identidade como Filosofos ou Estudantes da Filosofia. Devemos aceitar a morte por causa do dito da verdade da verdade enquanto verdade. Assim sendo, sentiremos e seremos felizes ate a eternidade.Porem, enquanto vivemos mas nao consigamos nos identificar com aquilo que somos como filosofos ou estudante de Filosofia, a nossa infelicidade sera eterna.
Parabens, continue assim...Porque a Filosofia e filosofar devem caminhar sempre juntos.
Desculpe os leitores por nao ter acentuados as devidas palavras do presente texto.
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