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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Poesia


VIVER OU VIVENDO?

Um sorriso é tudo o que eu quero
mas a chuva só traz ironia, como bátegas fortes que me trespassam,
- cadáver andante -,
como espadas amoladas, reluzentes do sol irisdiscente,
da morte extemporânea da alegria breve.
Um abarço é tudo o que eu espero,
e que tal um "obrigado por existires".
Mas são punhais que me cravam a carne
como escarros que me amarelecem o cabelo;
- senilidade da existência -,
(como um cadáver que teima em viver)
tudo o que sou ou não sou - como pretenderem.
E o sorriso já não mora em mim, só sorrio pelo sorrir dos outros.
Uma porta abriu-se,
(ou será que se fechou?)
é que entre o fechar e o abrir há algo em comum
- o movimento.
Então nem sei se estou dentro ou fora do mundo
apenas sei que estou dentro de mim.

26/04/1995
António Paulo Gomes Rodrigues

2 comentários:

Unknown disse...

Professor António Paulo,
Já tinha confessado aos seus alunos o seu gosto pela poesia. Mas eu nunca o tinha lido. Posso apenas dizer-lhe que adorei. Como meu professor durante 3 anos já sabia que era um ser de grande pensamento e intelectualidade. Mas o que li deixou-me ainda uma melhor recordação e carinho pelo meu professor de filosofia e psicologia.

Obrigada pelos ensinamentos que tanto contribuíram para o meu crescimento como mulher.

E quero ainda dizer-lhe, que não é tarde, nunca é tarde.

Um beijo

Marcela, uma das suas antigas alunas que já deu mais um passo em frente.

Hermes disse...

Obrigado Marcela.
Que tudo corra bem para ti e que consigas ser ainda maior.