Quem tem medo de ter opinião?
Em Portugal não há tradição no debate racional de ideias, por isso as chamadas “questões fracturantes” são tão temidas e muitas pessoas fazem tudo para as evitar. E sempre que o mediatismo político-social impõe uma dessas questões o que provoca é uma gritaria histérica e pouco debate sereno e racional. Basta lembrarmo-nos dos recentes debates acerca do aborto para antevermos o que se irá passar quando formos confrontados com o debate acerca do casamento entre homossexuais e sobre a eutanásia.
A gritaria interessa a quem não quer saber a verdade ou a quem saber a verdade não interessa. Mas as questões éticas, tais como as questões epistémicas implicam necessariamente a verdade. Um juízo de valor tem valor de verdade, mesmo que de momento não saibamos se ele é verdadeiro ou falso. O seu valor de verdade só o podemos saber depois de muita reflexão, de muito debate de ideias e troca de argumentos.
Se rejeitamos a “ética do rebanho” temos a obrigação racional de ter opinião. Achamos o aborto moralmente legítimo ou não? E o casamento entre homossexuais? E a eutanásia?
Mas não basta ter opinião, a nossa opinião só tem interesse se a partilharmos e a confrontarmos com opiniões contrárias, pois é desse “confronto” que nasce a verdade. É aqui que reside a essência da vida humana, nesta busca conjunta da sabedoria.
Além de partilhada a nossa opinião deve ser fundamentada, isto é, devemos suportar a nossa opinião com boas razões. Por isso temos de pensar bem e armar a nossa opinião com bons argumentos para resistir aos ventos das objecções. Mas uma boa opinião não é aquela que foge ao debate com medo de ser derrubada, é antes aquela que enfrenta o debate e se necessário remodela os seus argumentos para se fortalecer ainda mais.
Por essa razão a questão com que se iniciou o editorial é pertinente. Quem desenvolve um pensamento autónomo não deve ter, nem terá medo de ter opinião.
Vejamos o caso da eutanásia, mediatizado com a morte da Eluana. Mais cedo ou mais tarde os portugueses serão chamados a fazer uma reflexão sobre a legitimidade da eutanásia, que poderá ser em sede de referendo. Será que o Estado tem o direito de impor sofrimento a quem já não tem qualquer esperança? Seremos donos da nossa vida ou meros administradores? Uma vida sem sentido valerá a pena ser vivida? Será a vida tal como o sofrimento, uma obrigação moral? As vidas terão todas o mesmo valor?
As respostas a estas questões recentram a reflexão sobre a eutanásia no campo da racionalidade e quiçá ajude algumas mentes adormecidas a acordar para o debate de ideias.
Não tenha medo de ter opinião, deve ter medo é de não ter.
Em Portugal não há tradição no debate racional de ideias, por isso as chamadas “questões fracturantes” são tão temidas e muitas pessoas fazem tudo para as evitar. E sempre que o mediatismo político-social impõe uma dessas questões o que provoca é uma gritaria histérica e pouco debate sereno e racional. Basta lembrarmo-nos dos recentes debates acerca do aborto para antevermos o que se irá passar quando formos confrontados com o debate acerca do casamento entre homossexuais e sobre a eutanásia.
A gritaria interessa a quem não quer saber a verdade ou a quem saber a verdade não interessa. Mas as questões éticas, tais como as questões epistémicas implicam necessariamente a verdade. Um juízo de valor tem valor de verdade, mesmo que de momento não saibamos se ele é verdadeiro ou falso. O seu valor de verdade só o podemos saber depois de muita reflexão, de muito debate de ideias e troca de argumentos.
Se rejeitamos a “ética do rebanho” temos a obrigação racional de ter opinião. Achamos o aborto moralmente legítimo ou não? E o casamento entre homossexuais? E a eutanásia?
Mas não basta ter opinião, a nossa opinião só tem interesse se a partilharmos e a confrontarmos com opiniões contrárias, pois é desse “confronto” que nasce a verdade. É aqui que reside a essência da vida humana, nesta busca conjunta da sabedoria.
Além de partilhada a nossa opinião deve ser fundamentada, isto é, devemos suportar a nossa opinião com boas razões. Por isso temos de pensar bem e armar a nossa opinião com bons argumentos para resistir aos ventos das objecções. Mas uma boa opinião não é aquela que foge ao debate com medo de ser derrubada, é antes aquela que enfrenta o debate e se necessário remodela os seus argumentos para se fortalecer ainda mais.
Por essa razão a questão com que se iniciou o editorial é pertinente. Quem desenvolve um pensamento autónomo não deve ter, nem terá medo de ter opinião.
Vejamos o caso da eutanásia, mediatizado com a morte da Eluana. Mais cedo ou mais tarde os portugueses serão chamados a fazer uma reflexão sobre a legitimidade da eutanásia, que poderá ser em sede de referendo. Será que o Estado tem o direito de impor sofrimento a quem já não tem qualquer esperança? Seremos donos da nossa vida ou meros administradores? Uma vida sem sentido valerá a pena ser vivida? Será a vida tal como o sofrimento, uma obrigação moral? As vidas terão todas o mesmo valor?
As respostas a estas questões recentram a reflexão sobre a eutanásia no campo da racionalidade e quiçá ajude algumas mentes adormecidas a acordar para o debate de ideias.
Não tenha medo de ter opinião, deve ter medo é de não ter.
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