Uma pessoa que sai pela última vez da mesa de operações após várias trocas de várias partes do corpo, quem é? Quem se deita na mesa de operações será o mesmo que sai?
“Ser ou não ser (eis a questão) ”
Uma pessoa que sai pela última vez da mesa de operações após várias trocas de várias partes do corpo, pode ser e não a mesma pessoa.
A questão colocada não identifica as partes do corpo trocadas. Creio que qualquer troca de órgãos produzirá efeitos no indivíduo objecto de tais modificações, contudo, apenas com a substituição do cérebro poderemos afirmar estar perante um indivíduo novo.
Durante muito tempo considerou-se ser o cérebro igual em todos os indivíduos, contudo graças à evolução da investigação e da ciência, vigora a posição de que nenhum cérebro é igual ao outro, nem mesmo os dos gémeos homozigóticos. De facto as pessoas distinguem-se pela estrutura das suas aptidões mentais e pela forma diferenciada dos seus cérebros. Essas diferenças provêm da distinta expressão dos genes que conduzem ao discrepante desenvolvimento dos tecidos nervosos e ainda às experiências individuais desde a concepção do homem até todas as outras que decorrem ao longo da vida. Existe, pois, um processo de individualização, de distinção, que ultrapassa as definições genéticas, graças à plasticidade cerebral, ou seja, à sua capacidade para se modificar ao longo da vida por efeito das experiências vividas pelo sujeito.
O cérebro humano constitui uma espécie de disco duro da sua história pessoal, logo, é o responsável pelo facto de cada indivíduo ser único, não clonável, produto de uma história social. Descobertas recentes vieram demonstrar que o cérebro é muito mais maleável do que se imaginava, modificando-se sob o efeito da experiência, das percepções, das acções e dos comportamentos. Tais modificações ocorrem principalmente nos primeiros meses de vida, quando o córtex está a organizar-se e em crescimento acelerado, continuando a processar-se ao longo de toda a vida.
Voltando à questão colocada, parece pois, poder-se afirmar que ao contrário de qualquer outro órgão, a substituição do cérebro faria com que o homem que se levanta da mesa das operações não mais voltasse a ser aquele que nela se deitou. Mantendo o cérebro e efectuadas todas as substituições necessárias (de outros órgãos), graças à capacidade de adaptação e “aprendizagem” deste órgão, que rapidamente estabeleceria as ligações imprescindíveis para os comandar. O homem saído da mesa de operações lembrar-se-ia da sua infância, da sua família, dos seus amigos, da sua cultura, e das suas convicções e raízes.
Ser ou não ser o mesmo homem, o cérebro responde à questão: - é o mesmo cérebro? Então o homem é o mesmo!
“Ser ou não ser (eis a questão) ”
Uma pessoa que sai pela última vez da mesa de operações após várias trocas de várias partes do corpo, pode ser e não a mesma pessoa.
A questão colocada não identifica as partes do corpo trocadas. Creio que qualquer troca de órgãos produzirá efeitos no indivíduo objecto de tais modificações, contudo, apenas com a substituição do cérebro poderemos afirmar estar perante um indivíduo novo.
Durante muito tempo considerou-se ser o cérebro igual em todos os indivíduos, contudo graças à evolução da investigação e da ciência, vigora a posição de que nenhum cérebro é igual ao outro, nem mesmo os dos gémeos homozigóticos. De facto as pessoas distinguem-se pela estrutura das suas aptidões mentais e pela forma diferenciada dos seus cérebros. Essas diferenças provêm da distinta expressão dos genes que conduzem ao discrepante desenvolvimento dos tecidos nervosos e ainda às experiências individuais desde a concepção do homem até todas as outras que decorrem ao longo da vida. Existe, pois, um processo de individualização, de distinção, que ultrapassa as definições genéticas, graças à plasticidade cerebral, ou seja, à sua capacidade para se modificar ao longo da vida por efeito das experiências vividas pelo sujeito.
O cérebro humano constitui uma espécie de disco duro da sua história pessoal, logo, é o responsável pelo facto de cada indivíduo ser único, não clonável, produto de uma história social. Descobertas recentes vieram demonstrar que o cérebro é muito mais maleável do que se imaginava, modificando-se sob o efeito da experiência, das percepções, das acções e dos comportamentos. Tais modificações ocorrem principalmente nos primeiros meses de vida, quando o córtex está a organizar-se e em crescimento acelerado, continuando a processar-se ao longo de toda a vida.
Voltando à questão colocada, parece pois, poder-se afirmar que ao contrário de qualquer outro órgão, a substituição do cérebro faria com que o homem que se levanta da mesa das operações não mais voltasse a ser aquele que nela se deitou. Mantendo o cérebro e efectuadas todas as substituições necessárias (de outros órgãos), graças à capacidade de adaptação e “aprendizagem” deste órgão, que rapidamente estabeleceria as ligações imprescindíveis para os comandar. O homem saído da mesa de operações lembrar-se-ia da sua infância, da sua família, dos seus amigos, da sua cultura, e das suas convicções e raízes.
Ser ou não ser o mesmo homem, o cérebro responde à questão: - é o mesmo cérebro? Então o homem é o mesmo!
Luís Carvalho 12º C
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