SIM
O aborto é um problema moral bastante complexo e as objecções a ambas as posições são inúmeras. A questão do aborto reside em ser moralmente correcto ou incorrecto. A posição deste está também relacionada com o estatuto moral do feto.
Eu considero o aborto moralmente errado por isso o meu objectivo é apresentar algumas razões para apoiar esta tese.
As definições dadas pelos defensores e pelos críticos do aborto divergem bastante sendo praticamente simétricas: os anti-abortistas defendem que os fetos possuem um certo código genético, característica que é simultaneamente necessária e suficiente para que estes possuam a propriedade de um ser humano; os defensores da posição pró-escolha afirmam que os fetos não são nem agentes racionais nem seres sociais e, como tal, não são seres humanos. Desta forma, a moralidade do aborto depende de se saber se o feto tem ou não estatuto moral, o qual lhe confere o mesmo direito à vida que nós e em virtude do qual será errado pôr fim à sua vida.
Um dos argumentos centrais contra o aborto é: é errado matar um ser humano inocente. Um feto humano é um ser humano inocente. Logo, é errado matar um feto humano. Usualmente, a segunda premissa é a negada pelos apoiantes do aborto mas, analisando bem, no desenvolvimento desde a fertilização do óvulo ao nascimento, não existe uma fase em que possamos assinalar uma linha divisória moralmente significativa até onde é admissível matar. Portanto, dizer que é permitido matar um embrião é dizer que os pais podem matar os seus filhos e, moralmente, isto não é aceite. Logo, os fetos têm os mesmos direitos de protecção que as crianças. A linha divisória não pode ser a do nascimento porque: estar dentro ou fora do corpo da mãe, não o torna menos digno; pelo facto de o feto depender da mãe não significa que esta tenha o poder de decidir se pode ou não continuar a mantê-lo; apesar de ter sido defendido pelos religiosos, com o tempo e com as novas técnicas, provou-se que o feto antes de ser sentido já se move.
A vida é a pior perda que podemos sofrer, porque a sua perda priva-nos de todas as experiências, actividades, projectos e prazeres que iriam fazer parte do nosso futuro e que valorizamos agora ou iríamos valorizar. Esta perspectiva tem consequências óbvias para a ética do aborto, uma vez que um feto normal tem um futuro que inclui todo um conjunto de experiências, actividades e projectos. A perspectiva dos anti-abortistas está, assim, sujeita a objecções. Consideremos alguém que não valoriza agora o seu futuro pessoal e que, devido a um desequilíbrio psicológico, será sempre incapaz de vir a valorizar as suas experiências no futuro. Embora essa pessoa tenha um futuro, não tem qualquer desejo corrente e actual de o preservar e nunca virá a ter esse desejo. Desta forma, no princípio do “futuro” defendido pelos anti-abortistas, não pode haver qualquer razão para o acto de matar essa pessoa ser imoral. Todavia, caso os desejos actuais desse ser se tivessem formado na ausência de qualquer desequilíbrio psicológico que o impedisse de desejar agora e no futuro a preservação das suas experiências, ele teria certamente esse desejo.
Em conclusão defendi a minha tese com um argumento central de que os fetos são seres humanos e por isso não é correcta a sua eliminação, utilizei também a tese de que os fetos têm um futuro semelhante ao nosso e por isso ao praticar-mos um aborto estaremos a privar o feto de um conjunto de experiências, actividades e projectos.
Bruno Cancela nº7 10ºB
O aborto é um problema moral bastante complexo e as objecções a ambas as posições são inúmeras. A questão do aborto reside em ser moralmente correcto ou incorrecto. A posição deste está também relacionada com o estatuto moral do feto.
Eu considero o aborto moralmente errado por isso o meu objectivo é apresentar algumas razões para apoiar esta tese.
As definições dadas pelos defensores e pelos críticos do aborto divergem bastante sendo praticamente simétricas: os anti-abortistas defendem que os fetos possuem um certo código genético, característica que é simultaneamente necessária e suficiente para que estes possuam a propriedade de um ser humano; os defensores da posição pró-escolha afirmam que os fetos não são nem agentes racionais nem seres sociais e, como tal, não são seres humanos. Desta forma, a moralidade do aborto depende de se saber se o feto tem ou não estatuto moral, o qual lhe confere o mesmo direito à vida que nós e em virtude do qual será errado pôr fim à sua vida.
Um dos argumentos centrais contra o aborto é: é errado matar um ser humano inocente. Um feto humano é um ser humano inocente. Logo, é errado matar um feto humano. Usualmente, a segunda premissa é a negada pelos apoiantes do aborto mas, analisando bem, no desenvolvimento desde a fertilização do óvulo ao nascimento, não existe uma fase em que possamos assinalar uma linha divisória moralmente significativa até onde é admissível matar. Portanto, dizer que é permitido matar um embrião é dizer que os pais podem matar os seus filhos e, moralmente, isto não é aceite. Logo, os fetos têm os mesmos direitos de protecção que as crianças. A linha divisória não pode ser a do nascimento porque: estar dentro ou fora do corpo da mãe, não o torna menos digno; pelo facto de o feto depender da mãe não significa que esta tenha o poder de decidir se pode ou não continuar a mantê-lo; apesar de ter sido defendido pelos religiosos, com o tempo e com as novas técnicas, provou-se que o feto antes de ser sentido já se move.
A vida é a pior perda que podemos sofrer, porque a sua perda priva-nos de todas as experiências, actividades, projectos e prazeres que iriam fazer parte do nosso futuro e que valorizamos agora ou iríamos valorizar. Esta perspectiva tem consequências óbvias para a ética do aborto, uma vez que um feto normal tem um futuro que inclui todo um conjunto de experiências, actividades e projectos. A perspectiva dos anti-abortistas está, assim, sujeita a objecções. Consideremos alguém que não valoriza agora o seu futuro pessoal e que, devido a um desequilíbrio psicológico, será sempre incapaz de vir a valorizar as suas experiências no futuro. Embora essa pessoa tenha um futuro, não tem qualquer desejo corrente e actual de o preservar e nunca virá a ter esse desejo. Desta forma, no princípio do “futuro” defendido pelos anti-abortistas, não pode haver qualquer razão para o acto de matar essa pessoa ser imoral. Todavia, caso os desejos actuais desse ser se tivessem formado na ausência de qualquer desequilíbrio psicológico que o impedisse de desejar agora e no futuro a preservação das suas experiências, ele teria certamente esse desejo.
Em conclusão defendi a minha tese com um argumento central de que os fetos são seres humanos e por isso não é correcta a sua eliminação, utilizei também a tese de que os fetos têm um futuro semelhante ao nosso e por isso ao praticar-mos um aborto estaremos a privar o feto de um conjunto de experiências, actividades e projectos.
Bruno Cancela nº7 10ºB
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