No dia doze de Fevereiro, estreia no Teatro Viriato, a peça – A Partir do Adolescente Míope. O espectáculo é um olhar sobre a adolescência através da descoberta ou redescoberta da obra literária de Mircea Eliade – O Romance do Adolescente Míope.
Descobri este livro extraordinário há vários anos, no Mercado da Ribeira, em Lisboa, numa Festa do Livro. É pois, com expectativa que aguardo agora, a redescoberta da obra num espectáculo de música, teatro e dança.
Mircea Eliade, foi Historiador das Religiões, destacando-se também como romancista. Nasceu em 1907 em Bucareste e fixou-se em França após a segunda Guerra Mundial. Mais tarde, viveu e foi professor em Chicago, cidade onde viria a falecer em 1986. Entre as suas obras mais importantes destacam-se: O Tratado da História das Religiões, o Mito do Eterno Retorno e o Sagrado e o Profano.
Em 1993, foi editado em Portugal, pela D. Quixote, o primeiro romance literário que Mircea Eliade escreveu quando tinha apenas dezassete anos – O Romance do Adolescente Míope.
O livro foi escrito na transição da adolescência para a juventude. Uma vida fecha-se, o fim dos estudos no liceu e outra abre-se, a entrada na universidade. O herói do livro, que nada tem de conflitualidade romanceada, identifica-se com o próprio autor. Nele descreve o quotidiano de um adolescente, atormentado pelas contradições íntimas, pela nostalgia, pela tristeza, pela felicidade. “O sol brilha. O Sol escurece”. “Talvez a minha alma desejasse sentir-se triste, mas eu não a autorizei. É porque eu quis que fui feliz hoje.”
Numa linguagem cativante revela-nos a vida escolar, plena de sucessos e fracassos, as primeiras aventuras sexuais, a busca da sua identidade e sobretudo a necessidade de escrever da qual não consegue desvincular-se. Numa escrita límpida, sem pudor, revela-se um adolescente precoce. Gostava de saber o que é a alma mas considera que isso é o mais difícil de saber. Deseja ler Bergson mais do que estudar Química. Tem Horácio para traduzir e isso torna-o feliz.
O acto de escrever é tão urgente que o autor está obcecado pelo romance que não escreveu: “não o escrevi e a minha vida pesa-me, assim como a vida do adolescente que eu queria representar no meu romance.” O livro termina como inicia. A vontade e o prazer de escrever sobrepõem-se, por enquanto, à vontade de entrar na universidade. “O meu sótão ficou igual: doce, solitário, triste. Eu vou escrever O romance do adolescente míope. O meu livro não será um romance, mas um monte confuso de comentários, de notas, de esboços com vista a um romance. É a única maneira de surpreender a realidade: natural e dramática ao mesmo tempo. Vou escrever…”
Descobri este livro extraordinário há vários anos, no Mercado da Ribeira, em Lisboa, numa Festa do Livro. É pois, com expectativa que aguardo agora, a redescoberta da obra num espectáculo de música, teatro e dança.
Mircea Eliade, foi Historiador das Religiões, destacando-se também como romancista. Nasceu em 1907 em Bucareste e fixou-se em França após a segunda Guerra Mundial. Mais tarde, viveu e foi professor em Chicago, cidade onde viria a falecer em 1986. Entre as suas obras mais importantes destacam-se: O Tratado da História das Religiões, o Mito do Eterno Retorno e o Sagrado e o Profano.
Em 1993, foi editado em Portugal, pela D. Quixote, o primeiro romance literário que Mircea Eliade escreveu quando tinha apenas dezassete anos – O Romance do Adolescente Míope.
O livro foi escrito na transição da adolescência para a juventude. Uma vida fecha-se, o fim dos estudos no liceu e outra abre-se, a entrada na universidade. O herói do livro, que nada tem de conflitualidade romanceada, identifica-se com o próprio autor. Nele descreve o quotidiano de um adolescente, atormentado pelas contradições íntimas, pela nostalgia, pela tristeza, pela felicidade. “O sol brilha. O Sol escurece”. “Talvez a minha alma desejasse sentir-se triste, mas eu não a autorizei. É porque eu quis que fui feliz hoje.”
Numa linguagem cativante revela-nos a vida escolar, plena de sucessos e fracassos, as primeiras aventuras sexuais, a busca da sua identidade e sobretudo a necessidade de escrever da qual não consegue desvincular-se. Numa escrita límpida, sem pudor, revela-se um adolescente precoce. Gostava de saber o que é a alma mas considera que isso é o mais difícil de saber. Deseja ler Bergson mais do que estudar Química. Tem Horácio para traduzir e isso torna-o feliz.
O acto de escrever é tão urgente que o autor está obcecado pelo romance que não escreveu: “não o escrevi e a minha vida pesa-me, assim como a vida do adolescente que eu queria representar no meu romance.” O livro termina como inicia. A vontade e o prazer de escrever sobrepõem-se, por enquanto, à vontade de entrar na universidade. “O meu sótão ficou igual: doce, solitário, triste. Eu vou escrever O romance do adolescente míope. O meu livro não será um romance, mas um monte confuso de comentários, de notas, de esboços com vista a um romance. É a única maneira de surpreender a realidade: natural e dramática ao mesmo tempo. Vou escrever…”
Isabel Laranjeira
2 comentários:
Olá também vou ver o espectáculo, na sexta mas ainda não li o livro,porque não consigo adquiri-lo... Um dos interpretes é uma bailarino com quem já fiz uma apresentação no mesmo palco. Quanto livro ... terei que continuar a procurar.
o meu email: carlmartel@hotmail.com
Carlos
Na sexta, às onze da manhã, vou com 39 alunos assisitir a peça. Quanto ao livro, comprei-o há muitos anos e faz parte da colecção - Ficção Universal- Dom Quixote. O Teatro Viriato enviou para a minha escola, um pequeno resumo das partes do obra que são objecto de reflexão da peça teatral. É natural que no início, entreguem a todos os espectadores, esse resumo.
Isabel
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