Falta a luz dos teus olhos na paisagem:
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam, à procura
Da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
Muram a tua transparência.
Sem transparência.
O mesmo rio que te reflectiu
Afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por não te ver, a vida anoiteceu
À hora em que teria amanhecido...
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam, à procura
Da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
Muram a tua transparência.
Sem transparência.
O mesmo rio que te reflectiu
Afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por não te ver, a vida anoiteceu
À hora em que teria amanhecido...
Miguel Torga, Obra Poética
2 comentários:
Não sei se gosto mais do poema se da paisagem, mas ambos me despertaram uma profundacomoção.
A paisagem na foto completa o poema:" O mesmo rio que te reflectiu, afoga agora, o teu perfil perdido." as leituras interpretativas podem ser muitas, para mim só tem uma.
Obrigada pela visita, minhota.
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