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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Taizé


A nove kilómetros de Cluny na Borgonha, alcandorada numa colina, vislumbra-se uma aldeia de nome Taizé. Aqui cultiva-se a simplicidade, a partilha, o despojamento dos bens materiais.
Em 1940, em plena guerra, um jovem natural da Suíça, instala-se nesta aldeia, protegendo e escondendo refugiados. Gradualmente sente em si a força de fundar uma Comunidade Ecuménica tendo consciência das limitações e dos fracassos. Esse jovem chamava-se Roger.
Actualmente, Taizé, é uma comunidade mundialmente conhecida. Milhares de jovens ao longo do ano, afluem a este local na ânsia de encontrarem um sentido autêntico para as suas vidas. A comunidade de irmãos fomenta encontros em todas as partes do mundo e está espalhada nos países menos desenvolvidos amparando os mais pobres.
Tive a possibilidade de viver a experiência de Taizé durante oito dias. Se no ínicio se estranha, depressa se entrenha. Nos últimos segundos, antes de deixar a aldeia, olhei para os sinos que convidavam ao silêncio, olhei para a vastidão dos campos ondulantes de pequenas flores e prometi voltar. Voltar para descobrir o tesouro que se esconde em Taizé. Nos meus ouvidos ressoa a musicalidade dos cânticos como um íman que me prendia horas na igreja da reconciliação, há em mim um apelo à simplicidade, ao silêncio, ao desprendimento daquilo que não é necessário.
Isa.

2 comentários:

LIA disse...

Texto onde se descobre uma verdade sentida e partilhada com poesia. Fica-se com vontade de conhecer essa paz.
Obrigada!

Isabel disse...

A paisagem envolvente de Taizé transpira poesia e musicalidade. Os sinos e os cânticos ouvem-se nos prados e as margaridas selvagens agitam-se suavemente.
A presença em Taizé exige sacrifício e espírito de pobreza. A alimentação é frugal, os quartos apenas têm camas incómodas, não há conforto e mordomias para ninguém.
E gostei, gostei disto...