Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 1 de julho de 2010

PARIS


Nos intervalos da Filosofia... leituras de férias.

Aqui, o mar protege da sensação de asfixia, de se estar enterrado na cidade. Aqui, Paris surge como se fosse um lapso, um estado inadmissível da cidade. É aí, em Paris, que se encontra o mercado da morte, o da droga e do sexo. É aí que assassinam velhinhas. É aí que se deita fogo ao dormitório dos negros, seis em dois anos. É aí que há toda uma população automóvel que é malcriada a conduzir, grosseira, insultuosa, que assassina com o carro: os novos - ricos dos circuitos financeiros da heroína, os PDG da morte. Andam de Volvo e de BMW. Dantes, estas marcas eram a elegância dos sapatos, dos perfumes, da voz e de falar com amabilidade a toda a gente. Era, se quisermos, o snobismo da discrição. Agora já não apetece comprar estas marcas. Paris, a cidade, a Medina. Onde nos perdemos.

A Vida Material, Marguerite Duras, DIFEL

2 comentários:

LIA disse...

Gostei deste texto, tanto como gosto de Paris.

Isabel disse...

Obrigada Lia. Paris que eu descobri há cinco anos não se identifica com esta de Margueritte Duras. Quanto amei as ruas que palmilhei a pé na ânsia de chegar rápido ao Louvre, ao museu d´Orsay, ao Sacré Coeur e...Paris tout.