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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Primavera



A Primavera, cerca de 1482
Encontra-se na Galeria dos Ofícios, em Florença
Botticelli retoma aqui um conto mitológico de Ovídio, poeta da antiguidade: o deus do vento Zéfiro perseguiu a ninfa Clóris e transformou-a em Flora, a deusa das flores da Primavera.
O quadro trata-se de uma versificação filosófica (De rerum natura) atribuída ao poeta e filósofo antigo Lucrécio.

" Abriu-se a custo o olhar primaveril do dia, e que desenfreado reina o vento Zéfiro, os pássaros mostram-te primeiro, Divino, no céu, a ti e à tua vinda, o coração cheio das tuas violências... prisioneiros do teu encanto (...) a todos lanças no coração o amor de doces arrepios, e fazes com que cheios de desejos pela sua espécie, multipliquem as raças.

A Primavera e Vénus chegaram: à frente delas avançam o arauto alado de Vénus, e perto das pegadas de Zéfiro, á frente delas flora, a mãe, recobre todo o caminho e enche-o de perfumes requintados...Divino, perante ti fogem os ventos e as nuvens do céu, perante ti e a tua chegada. Para ti a Terra, artista feminina, envia flores perfumadas, a superfície dos mares dirige-te um claro sorriso, e o céu cobre-se suavemente com os seus luminosos raios."
De rerum natura, Lucrécio

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