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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

UM COMEÇO


quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

Um começo...
Hoje é o último dia do ano. Um fim, um recomeço e tanta nostalgia. A vida é um continuum e, após a balada da meia-noite, nada terá mudado, a não ser, talvez, essa lufada de ânimo, essa vontade, mais vincada, mais presente, de mudar alguma coisa. E todavia, apesar do desejo de mudança, há tanta coisa, nas nossas vidas, que gostaríamos que durassem para sempre. No último dia do ano, eu vou escrever e talvez amanhã escreva de novo, e depois e depois…Escrever, escrever, escrever… como se nada tivesse sido escrito, como se todas as folhas estivessem em branco, como se a invenção da palavra fosse o aqui, o agora, o eu. O tudo, o nada, a mediocridade. Voar no topo da montanha ou no mais baixo do céu. Sempre preferi o nada à mediocridade, ao meio-termo, ao satisfatório. Hoje, reconheço que, por mais modestas que sejam as minhas palavras, elas definem uma parte importante do que sou. Eu vou escrever e ficar aquém, eu vou escrever e falhar, mas vou escrever.

Elisabete Albuquerque

(Há alunos que de uma forma ou de outra marcam a nossa vida. A Elisabete foi minha aluna durante dois anos. Tudo nela era sublime. Educação esmerada, solidária para com os colegas, interventiva nas actividades da escola, leitora assídua e compulsiva na biblioteca, participativa no jornal da escola. Aluna com classificações de vinte, entrou no curso superior que sempre desejou e por vocação. Hoje a Elisabete ofereceu-me este texto, talvez desta forma motive outros alunos para a escrita.)

FELIZ 2010 para todos. Que o Sol brilhe sempre na vossa VIDA


2 comentários:

LIA disse...

Basta ler o texto da Elisabete para ver que nela reside aquilo que caracteriza as criaturas de excepção.
Um Bom 2010 para a Katarsis e para todas as Laranjeiras e Elisabetes que nos fazem ainda acreditar que viver é preciso, mesmo qando a chuva desnorteada bate nas vidraças.

2010 beijos

Isabel disse...

De facto a Elisabete era uma aluna de excepção. Recordo-me dela
no 10º ano, pequenina, sentada na mesa da frente, muita atenta e concentrada. Tinha uma capacidade de trabalho que conseguia ficar os noventa minutos, continuamente a trabalhar sem perder um segundo que fosse. Quando havia apresentações dos trabalhos,a turma ficava absorvida com a capacidade de comunicação e expressão oral da Elisabete. Mas o que mais me encantava nesta aluna era no fim da aula tirar devagarinho um livro da mochila e dizer-me: - Tome professora, leia este livro, eu gostei, também vai gostar. Li muitos livros que a Elisabete me emprestou, ela leu muitos livros que eu lhe emprestei. Trocámos muitas ideias sobre livros, filmes, arte, ciência e filosofia. Hoje, peço à Elisabete que nunca se "perca de mim". Agora sei que nunca a vou perder, graças ao poder da Net.