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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Ensaio


Egoísmo vs Altruísmo


“Nós somos máquinas de sobrevivência – robots cegamente programados para preservar as moléculas egoístas que chamamos genes”. Esta é uma afirmação bastante interessante do naturalista britânico Richard Dawkins. Ora, esta afirmação pode dar origem a algumas questões, não menos interessantes: “quando agimos temos apenas em atenção os nossos próprios interesses ou interessamo-nos também pelo bem-estar dos outros?” e “seremos por natureza egoístas ou altruístas?”
Vendo estas questões repentinamente, surgem na nossa mente duas correntes distintas: o egoísmo e o altruísmo.
O egoísmo é o hábito que uma pessoa tem de colocar os seus interesses, opiniões, desejos e necessidades em primeiro lugar, em detrimento do ambiente e das pessoas com quem se relaciona.
Altruísmo é, na maior parte das vezes, percebido como sinónimo de solidariedade. Esta palavra serve para caracterizar o conjunto das disposições humanas que levam os humanos a dedicarem-se aos outros.
As perguntas referidas acima não são de resposta fácil e simples.

Na minha opinião, existem três caminhos possíveis: aquele que leva ao altruísmo, aquele que leva ao egoísmo e aquele que leva ao “lugar” situado entre os dois anteriores.
Os que seguem o primeiro caminho defendem que nem por um momento pensamos primeiro em nós e, só a seguir, nos outros. Então, o altruísmo tem a importância filosófica de se referir às características naturais do homem indicando que ele pode ser bom e generoso naturalmente, sem necessidade de intervenções “divinas”. No entanto, penso que o número de pessoas que, desde o início até ao fim das suas vidas, têm em atenção, em primeiro lugar, o bem-estar do próximo e só depois o seu próprio bem-estar, é bastante reduzido. Sendo assim, acho que não posso afirmar que, por natureza, somos altruístas.
Os que seguem o segundo caminho podem estar ligados ao egocentrismo. O egocêntrico caracteriza-se pela fantasia de imaginar que o mundo gira em torno de si, tendo o “eu” como referência para todas as relações e factos. No entanto, uma pessoa egoísta pode não ser egocêntrica, uma vez que luta para fazer com que as coisas vão de encontro aos seus interesses. Ora, acho que este caminho é bastante mais comum do que o anterior.
Há ainda o terceiro caminho: o caminho intermédio entre o altruísmo e o egoísmo. Este é, por assim dizer, o caminho mais sensato. Penso desta maneira simplesmente por pensar que não podemos nem conseguimos pensar apenas em nós próprios, esquecendo os outros e também não conseguimos pensar sempre nos outros, primeiramente, e só depois em nós.
Acho que quem pensa que nascemos altruístas tem uma visão demasiado bondosa do ser humano pois penso que quase toda a gente, senão mesmo a totalidade das pessoas, tem pela menos uma ponta de egoísmo. Também acho que quem pensa que somos egoístas desde o momento do nosso nascimento, tem uma visão demasiado cruel do ser humano, apesar de estar bastante mais perto da realidade.
Mesmo assim, acho que o caminho intermédio é o mais aceitável ou, pelo menos, é o que afecta o maior número de pessoas.

José Lopes 12.º B N.º 7

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