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sábado, 26 de abril de 2008

VIDAS FILOSÓFICAS


Martin Heidegger (1889–1976)

Existencialista e crítico social alemão.
Nasceu na pequena vila de Meßkirch (Messkirch) e inicialmente quis ser padre, chegando mesmo a estudar num seminário. Mais tarde estudou na Universidade de Friburgo com o professor Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia e tornou-se professor ali em 1928, dando sua aula inaugural sobre O que é a Metafísica?. É seguramente um dos pensadores fundamentais do século XX, quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural.
Heidegger inscreveu-se no partido Nazi (NSDAP) em 1 de Maio de 1933 (ano da chegada ao poder de Adolf Hitler), tendo posteriormente sido nomeado reitor da Universidade de Freiburg, pronunciando o discurso A Auto-afirmação da Universidade Alemã. Porém, pouco depois demitiu-se do cargo de reitor, colocando-se contra a perseguição, de cunho anti-semita, a professores da universidade.
Martin Heidegger teve como aluna a judia Hannah Arendt Eeminente filósofa), com quem se envolveu amorosamente, cortando relações com esta posteriormente, devido ao seu envolvimento com o Nazismo.
A sua obra mais importante, Sein und Zeit (1927, trad. port. Ser e o Tempo) abre caminho à procura do Ser, que caracteriza as suas obras. A humanidade moderna perdeu a "proximidade e o abrigo" do Ser; já não nos sentimos à vontade no mundo como o homem primitivo se sentia; a verdade já não nos é revelada; o pensamento está separado do Ser e apenas um pequeno número de privilegiados podem ter alguma esperança de recuperar a unidade com o Ser. Muitos destes temas, em especial a crença na possibilidade de escapar da metafísica e voltar a uma comunhão autêntica com a natureza independente, eram lugares-comuns do romantismo alemão, mas a maneira como foram reformulados por Heidegger cativou a imaginação do século XX. Embora Aristóteles faça da ciência do Ser o culminar de toda a investigação e o objecto da metafísica, é um tanto difícil dizer seja o que for acerca do Ser propriamente dito, de modo que o que o substitui é a consciência que as pessoas têm do seu lugar no mundo ou do que o mundo é para elas (o seu Dasein), que se torna então o assunto a investigar. Liberdade, existência no mundo, inautenticidade, angústia, culpa e destino tornam-se, portanto, os temas principais. Nas últimas obras, Heidegger inclinou-se para uma espécie de fatalismo histórico, sendo algumas vezes visto como um herdeiro da tradição de Dilthey. A influência constante de Heidegger deve-se pelo menos em parte à sua crítica da modernidade e da democracia, que ele associa a uma falta de respeito pela natureza, considerada independentemente dos usos que a humanidade lhe dá.
Heidegger foi sobretudo um fenomenólogo. É um dos maiores génios da filosofia do século XX, ao lado de Wittgenstein, Adorno, Foucault e Deleuze. Influenciou muitos filósofos, entre eles Jean-Paul Sartre.
Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrutivismo.

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